O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã desta quarta-feira (10) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Na primeira manifestação pública depois da anulação das condenações no âmbito da Lava Jato pelo ministro Edson Fachin (STF), Lula declarou ter sido vítima da “maior mentira jurídica contada em 500 anos de história”.
“Antes de eu ir [para a prisão], nós tínhamos escrito um livro, e eu fui a pessoa dei a palavra final no título do livro que é ‘A verdade vencerá’. Eu tinha tanta confiança e tanta consciência do que estava acontecendo no Brasil que eu tinha certeza que esse dia chegaria, e ele chegou”, afirmou Lula.
O ex-presidente afirmou que vai continuar pleiteando a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nós vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito, porque ele não pode ser considerado o maior mentiroso do Brasil e ser chamado de herói por aqueles que querem me culpar”, disse. O local da coletiva de imprensa é o mesmo em que Lula fez o seu último discurso antes de ser preso a mando do ex-juiz Sergio Moro e conduzido para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal do Paraná.
No palanque estavam figuras políticas como o ex-prefeito e candidato à Presidência da República Fernando Haddad, o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e a presidente do PT Gleise Hoffman.
Críticas a Bolsonaro
Lula fez críticas contundentes à condução da pandemia do coronavírus pelo governo Bolsonaro, em especial na compra de vacinas.
O ex-presidente declarou: “Não sigam nenhuma decisão do presidente da República e do ministro da Saúde”. Em outro momento, ele disse que “esse país não tem governo, não tem ministro da Saúde e ministro da Economia, tem um fanfarrão” e “ele (Bolsonaro) nunca foi nada”.
“A questão da vacina não é se tem dinheiro ou se não tem dinheiro, é se eu amo a vida ou se eu amo a morte. É sobre o amor do presidente pelo seu povo”, afirmou
Lula também falou que a governo federal estaria operando desinvestimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ainda prestigiou o trabalho dos profissionais da linha de frente do combate à Covid-19.
“Quando veio o coronavírus se não fosse o SUS a gente teria perdido muito mais gente do que perdemos, apesar do governo tirar tanto dinheiro do SUS e ser um desgoverno”, disse.
Durante as críticas ao governo federal, o petista defendeu o auxílio emergencial como medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus. “Você precisa de um salário para as pessoas não passarem fome. Isso não precisa ler Marx ou caderno do Delfim Netto para saber”, disse Lula.
Na mesma linha de oposição à gestão Bolsonaro, o ex-presidente criticou a política armamentista do governo federal. Lula defende o investimento em armamentos destinados ao Exército e à Polícia Militar, ao invés de incentivar o armamento da população civil.
“Esse povo não está precisando de armas, está precisando de emprego”, disse. “O estado precisa estar presente nas periferias desse país”.
Com informações complementares da CNN Brasil