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Urticária aquagênica

Alergia à água faz americana não conseguir chorar nem tomar banho

Abigail Beck foi diagnosticada com urticária aquagênica / Foto: Reprodução Facebook

Uma condição extremamente rara faz com que uma adolescente americana não possa chorar nem tomar banho devido às urticárias (tipo de irritação na pele) que são causadas na pele após o contato com a água. Abigail Beck, de 15 anos, foi diagnosticada com urticária aquagênica no mês passado depois de sofrer por três anos com os sintomas.

Extremamente rara, a condição acomete aproximadamente uma em cada 200 milhões de pessoas. Abigail conta que, quando chove ou ela toma banho, é como se tivesse contato com ácido, o que levou a jovem a se lavar apenas uma vez a cada dois dias.

Além disso, ela não toma um copo de água há mais de um ano, porque a ingestão a faz vomitar imediatamente em seguida. Agora, ela opta por bebidas energéticas ou suco de romã, que têm menor teor de água. Os médicos receitaram a Abigail pílulas de reidratação e estão considerando dar injeções intravenosas regulares, para aumentar a quantidade de fluidos no corpo dela, caso sua condição não melhore.

Abigail começou a sentir os sintomas pela primeira vez em 2019, aos 13 anos, período que coincide com o início da puberdade — como na maioria dos outros casos já descobertos, menos de cem ao todo. A causa da doença não é clara, mas acredita-se que a condição ocorre por conta de uma substância na água que desencadearia uma resposta imune.

A maioria dos casos ocorre aleatoriamente, sem peso do histórico familiar da doença. Devido à raridade da condição, pouco se sabe sobre a melhor forma de tratá-la. As terapias normalmente incluem a ingestão de anti-histamínicos, tratamentos com luz UV, esteroides, cremes que atuam como uma barreira e banhos de bicarbonato de sódio.

“Demorou muito tempo para ser diagnosticada. Ele progrediu lentamente e começou a piorar com o tempo. Quando chovia, doía muito, parecia ácido. Achei normal, então perguntei à minha mãe se a chuva parecia ácida para ela quando chovia e ela disse que não”, conta Abigail.

Inicialmente, ela pensou que havia algo errado com a água em sua casa ou que ela poderia estar tendo uma reação à loção para a pele. Com o passar do tempo, no entanto, os sintomas pioraram, e ela percebeu que outras pessoas não estavam sofrendo da mesma forma que ela.

Agora, a condição mudou a vida dela, interrompendo sua capacidade de tomar banho, se exercitar e até chorar.

“Minhas próprias lágrimas causam uma reação em que meu rosto fica vermelho e queima muito. Eu choro como uma pessoa normal, e dói. As lágrimas são uma das piores partes disso, porque quando você chora, suas lágrimas não devem queimar sua pele”, lamenta.

Abigail pode beber apenas uma pequena quantidade de água de cada vez. Na última semana, ela teve uma reação a uma bebida, que causou uma espécie de cãibra no estômago e dor no peito por quatro horas.

“Eu tenho que verificar os rótulos, mas tudo neste mundo tem água. A última vez que bebi água foi há um ano. Tenho medo de que, se um dia sair do controle, ninguém saberá o que fazer, inclusive eu. Eu nem sei como me ajudar. Eu tento manter o bom humor e sei que se algo acontecer, as pessoas ao meu redor farão o melhor que puderem”, conta.

Fonte: O Globo

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