
A Câmara Municipal de Mossoró enfrenta um déficit financeiro que pode chegar a R$ 4 milhões. Seu presidente, o vereador Genilson Alves (União), atribuiu a crise à falta de contenção de despesas na gestão do ex-presidente Lawrence Amorim (PSDB). Segundo ele, medidas de corte de gastos não foram adotadas, mesmo após alertas dos vereadores, o que agravou a situação financeira.
A crise ganhou dimensão maior após a Câmara entrar com ação judicial contra o município para receber parte do Fundeb. No início, a Justiça deu ganho de causa à Casa, mas depois determinou a devolução dos valores, pois o Fundeb não pode ser usado para despesas da Casa. “Com isso, gerou-se esse déficit”, explicou.
Genilson falou que os vereadores tentaram alertar a antiga gestão sobre a necessidade de ajustes orçamentários, mas não foram atendidos. E apontou que, em ano eleitoral, a gestão anterior evitou tomar decisões impopulares. “Não houve redução de assessores, gratificações, passagens e combustível, nem durante, nem depois da campanha. Se essas medidas tivessem sido tomadas logo após a eleição, não estaríamos enfrentando essa dificuldade agora”.
Ele disse que ações foram iniciadas para tentar equilibrar as contas e que, com isso, já foi possível amortizar R$ 1,5 milhão da dívida. “Isso prova que, se medidas efetivas tivessem sido adotadas antes, teríamos chegado ao final do ano com as contas equilibradas”.
O presidente detalhou o pagamento dos servidores, ressaltando que, enquanto os salários de novembro foram pagos integralmente, já os de dezembro e o terço de férias ficaram pendentes. “Alguns servidores, tanto comissionados quanto assessores dos gabinetes, receberam apenas uma parte. Nossa meta é quitar essa dívida até o meio do ano”, garantiu.
A Câmara também enfrenta um problema judicial relacionado ao aluguel do prédio. A decisão, já transitada em 3ª instância, pode gerar um impacto de meio milhão de reais nos cofres do Legislativo. Apesar da crise, Genilson reafirmou o compromisso de manter os pagamentos em dia e anunciou que a folha de janeiro já foi quitada.
Além da reorganização financeira, a atual gestão promete retomar projetos extintos. “Vamos reativar a Câmara Cidadã, a Câmara Cultural e a Câmara nos bairros. Essas iniciativas foram descontinuadas e agora voltarão para aproximar o Legislativo da população”, garantiu.
Fonte: Agora RN