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Caso Eloah: polícia conclui que mulher que sequestrou bebê em Curitiba agiu sozinha

Eloah Pietra Almeida Santos foi resgatada após sequestro em Curitiba, PR Foto: Divulgação/Governo do Paraná
Eloah Pietra Almeida Santos foi resgatada após sequestro em Curitiba, PR Foto: Divulgação/Governo do Paraná

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) concluiu que a sequestradora da bebê Eloah Pietra Almeida dos Santos agiu sozinha. Ela foi indiciada, nesta sexta-feira (31), por subtrair a criança dos pais e colocá-la em lar substituto.

A pena prevista para este tipo de crime é de dois a seis anos de prisão e multa.

A menina foi raptada no dia 23 de janeiro por uma mulher que se passou por uma agente de saúde e alegou ter recebido uma denúncia contra a mãe da bebê. Eloah foi resgatada de um cativeiro no dia seguinte.

O Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE), da PC-PR, investigou o caso e ouviu os depoimentos. O delegado Thiago Teixeira afirma que testemunhas relataram informalmente à polícia que a sequestradora queria ter uma filha.

“Nos repassaram de maneira informal que ela já tinha dito antes que queria ter uma filha, uma filha menina. Ela já tinha um filho maior de idade, só que não conseguia engravidar. Então, todos os indícios apontam que ela, de fato, subtraiu essa criança da mãe para criar como se fosse sua própria filha”, diz.

Por conta disso, segundo o delegado, a mulher possivelmente alterou algumas características físicas da menina para evitar reconhecimento e denúncias.

Dentre as testemunhas ouvidas estava a mãe da suspeita, que vive no mesmo terreno onde ela manteve Eloah.

Durante a investigação, imagens de câmeras de segurança também foram analisadas pela polícia para acompanhar o movimento da mulher desde o rapto da bebê.

O inquérito policial segue para o Ministério Público (MP-PR), que tem prazo de cinco dias para oferecer denúncia, uma vez que a ré está presa.

Ré diz que mãe entregou Eloah de forma espontânea

A mulher que sequestrou Eloah disse à Polícia Civil que a mãe entregou a menina de forma espontânea e que escreveu uma carta dizendo não ter condições de criar a filha.

Carta que sequestradora apresentou à polícia dizendo que mãe entregou a filha para ela — Foto: Reprodução/RPC

Carta que sequestradora apresentou à polícia dizendo que mãe entregou a filha para ela — Foto: Reprodução/RPC

No entanto, o teste grafotécnico realizado pela polícia apontou que a mãe e o pai não escreveram a carta.

O advogado da ré disse que ela não fará o mesmo teste.

Relembre a cronologia do sequestro e como foram as investigações

22 de janeiro

De acordo com a PC, a suspeita tentou abordar uma criança em Campo Largo— cidade a 20 quilômetros de distância de Curitiba — mas não conseguiu.

23 de janeiro

Às 11h50, segundo Érica Alves dos Santos, mãe de Eloah, a suspeita foi até a casa da família no bairro Parolin. Vestida com avental branco e máscara, ela disse ser agente de saúde e ter recebido uma denúncia contra a mãe.

A mulher alegou a necessidade de realizar um exame de sangue para confirmar que Érica não faz uso de drogas e bebidas alcoólicas. Ela pediu, então, que Érica fosse com Eloah até o carro porque levaria as duas até o exame.

Às 12h29, horário da câmera de segurança, Érica entrou no carro e as três deixaram a casa. No trajeto, a suspeita pediu que a mãe tomasse um líquido que estava em uma garrafa, dizendo ser vitamina.

Em seguida, a mulher pediu que a mãe colocasse Eloah na cadeirinha. Assim que saiu do veículo e posicionou a criança, a mulher acelerou o automóvel sem placas e fugiu.

Três minutos depois, Érica chegou em casa correndo.

Carro usado pela suspeita não tinha placas. — Foto: Reprodução/RPC

Carro usado pela suspeita não tinha placas. — Foto: Reprodução/RPC

No mesmo dia, após registro do boletim de ocorrência, um Amber Alert reportou o desaparecimento da criança em redes sociais. A ferramenta é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a empresa de tecnologia Meta.

24 de janeiro

Depois de investigações e denúncia de que o carro da suspeita foi visto em Campo Largo, policiais do serviço de inteligência da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE) chegaram ao cativeiro em que a mulher e Eloah estavam, às 19h15.

A bebê foi encontrada com o cabelo cortado, pintado e alisado. “Possivelmente para que a criança não fosse reconhecida”, disse o advogado da família.

Na casa, também foram vistos fraldas, leite e comida para a criança.

Às 20h, mãe, pai e tia de Eloah foram até a sede do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Trigre), em Curitiba, em viaturas descaracterizadas da PC.

Em seguida, às 20h50, viaturas também chegaram com a criança e a suspeita, que foi presa em flagrante.

Dez minutos depois, Eloah foi vista pela primeira vez desde o sequestro. Ela estava no colo de Érica, dentro da sala do delegado.

Completa, a família voltou para casa às 22h55.

A suspeita permaneceu na sede do Tigre e foi ouvida pelo delegado Thiago Teixeira, antes de ser transferida para uma cadeia na região de Curitiba. Ela contou que queria uma criança para criar como filha e não tinha um alvo específico.

25 de janeiro

A suspeita passou por audiência de custódia às 17h. Depois de ouvi-la, o juiz Pedro Roderjan Rezende converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva.

Na decisão, o juiz menciona “garantia da ordem pública”, “gravidade da conduta concreta”, “comoção popular” e “sério risco de reiteração” para justificar a conversão.

Fonte: g1

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