Fonte: Agora RN
O primeiro trimestre de 2019 foi o menos violento no Rio Grande do Norte nos últimos quatro anos. De acordo com o chefe da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) e pesquisador do Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio), professor Ivênio Hermes, há diversas variáveis que são responsáveis por essa redução. Duas delas, a utilização de veículos roubados e armamento para cometimento de crimes, foram combatidas ostensivamente no início deste ano.
“A equação criminal é dinâmica e composta de diversas variáveis. Elas precisam ser atacadas para haver redução no número final. No Rio Grande do Norte temos o que chamamos de ‘variável-meio’: são as armas de fogo e os veículos. Foi trabalhada a retirada dessa variável com as blitzen de operações integradas nos primeiros 60 dias deste ano. Além de retirar veículos e armamentos, também foram apreendidas de drogas”, explicou Ivênio em entrevista ao programa “Manhã Agora”, apresentado pelo jornalista Tiago Rebolo na rádio Agora FM (97,9).
Segundo o pesquisador, durante a transição do governo de Robinson Faria (PSD) para o de Fátima Bezerra (PT), houve uma estratégia criada chamada “Plano 181”. O planejamento de combate ao crime contempla os primeiros seis meses do ano.
“Houve uma série de ações deflagradas que visam a impactar nos dois tipos criminais que mais influenciam a violência no Rio Grande do Norte e no Brasil: o CVLI (Conduta Violenta Letal Intencional) e CVP (Crime Violento ao Patrimônio)”, disse o especialista, esclarecendo, ainda, que a Operação Verão, pontuada em locais e horários de profusão criminal, foi baseada nesse planejamento.
O pesquisador do Obvio explicou que em janeiro deste ano houve uma redução de cerca de 30% da taxa de crimes letais intencionais, enquanto que em fevereiro a diminuição alcançou os 40%. “Com esses dois meses juntos, temos uma diminuição de 35%. É um número substancial para esse período, e nos leva a uma reflexão do que foi feito e do que gerou efeitos positivos. Temos que continuar trabalhando dessa forma para manter a redução”.
Apesar da redução, Ivênio não acredita que a sensação de segurança no povo potiguar tenha sido restabelecida. “Para haver uma sensação mais permanente de segurança são precisos muitos meses de trabalho e redução da atuação delituosa”, pontuou.