A estudante de medicina de 20 anos que ironizou a morte de uma paciente durante seu plantão em uma unidade de emergência em Marechal Deodoro (AL) perdeu a vaga de estágio e está suspensa na faculdade em que estuda.
Na terça-feira (8), ela publicou um post em seu perfil no Instagram, no qual reclamou, em tom de deboche, de atender uma paciente que chegou à unidade com sinais de infarto e acabou morrendo.
O Centro Universitário Cesmac, onde a jovem cursa o nono período de medicina, divulgou uma nota nesta quinta-feira (10) informando que a aluna foi desligada da rede pública de saúde pela Secretaria Municipal de Saúde de Marechal Deodoro.
A Cesmac também diz ter afastado a estudante de suas atividades acadêmicas por seis meses. Reprovada no estágio, ela também está sendo investigada em processo administrativo aberto pela instituição.
“Tô puta”
A estudante de medicina cumpria estágio em regime de internato na Unidade Mista Dr. José Carlos Gusmão, no interior do Alagoas. Na última terça, ela publicou posts em tom jocoso em seu instagram sobre uma paciente que chegou à unidade em estado grave, “interrompendo seu sono”.
“Faltando 10 minutos para minha hora de dormir, chega mulher infartando e com edema agudo no pulmão e agora já passou 1h30 da minha hora de dormir. Tô puta”, escreveu a estagiária.
“Atualizações: a mulher morreu e eu não dormi”, publicou a jovem momentos depois. A frase acompanha uma foto em que ela faz um sinal de “joinha”.
A paciente em questão era Lenilda Leite, que morava na zona rural de Marechal Deodoro e precisou sair de casa às pressas para dar entrada na unidade de saúde durante a madrugada.
O post gerou repercussão negativa nas redes sociais, entre os profissionais da José Carlos Gusmão, além de chocar os familiares de Lenilda.
“A família está em choque, a filha dela já está vindo de São Paulo, e o filho mora aqui (em Marechal Deodoro). Eles já estão movendo ação com advogado”, afirmou a irmã da paciente em entrevista à TV Pajuçara.
“Ela não sabia que era o plantão dela? Ela não sabia que iria trabalhar à noite? Qual é a dela? É atender a pessoa direito. Se ela, como estudante de medicina, está fazendo isso, imagina quando for uma médica. Ela vai matar muito paciente desse jeito. Porque queira ou não a culpa também é dela”, completou a mulher, em tom de indignação.
Fonte: Estado de Minas