Por Caroll Medeiros
A edição de 26 anos do Festival Mada – Música Alimento da Alma, aconteceu na última sexta-feira (18) e sábado (19) e entregou shows de peso da música contemporânea com alegria, inclusão e arte, tudo junto e misturado em Natal. A 98 FM conversou com a cantora Cami Santiz e Roberto Barreto, fundador e guitarrista da elétrica banda BaianaSystem que se apresenta no festival pelo quinto ano consecutivo.
Mantendo a tradição da diversidade musical, estiveram na Arena das Dunas nomes consagrados como Pitty, Xande de Pilares, Djonga, Duda Beat, FBC, Fresno e a queridinha do Mada, BaianaSystem. Com destaque para novas atrações da música brasileira como Mago de Tarso, Ana Frango Elétrico, Ebony, Duquesa e ainda as cantoras locais, Cami Santiz e Gracinha.
Cami Santiz deu o pontapé inicial no segundo tempo da edição de 2024 do MADA deixando claro o porquê é um dos principais novos destaques da música potiguar atual. Com performance vibrante, a cantora contou com coreografia de Caju e Marxine, personalidades atuantes na cena Ballroom em Natal.
“Para mim é um grande prazer estar construindo esse espetáculo com Caju e Marxine. Sempre fui uma grande admiradora e sempre fiquei babando. O coletivo em si, Casa Estranha, é uma das houses mais importantes para mim, na cena daqui de Natal, então sempre imaginei complementar o meu show. É incrível poder colaborar com essas pessoas e também trazer para eventos como Mada esse tipo de cena. Sou uma grande fã, viva a Ballroom, viva Ballroom de Natal”, disse a artista.
Além disso, a cantora contou como foi o processo criativo do seu mais recente trabalho, o single “Sigilo” e como está sendo a recepção do público após o lançamento em setembro. “Sabe aquelas gravações que a gente tem no celular das nossas ideias? Então, eu tinha essa gravação há mais ou menos dois anos, eu pensei assim ‘nossa… tá muito ruim isso, vou jogar no lixo’. E aí eu retomei alguns processos criativos e eu pensei ‘vamos lá na lixeira catar alguma coisa’. Perguntei para João, que é meu produtor musical, o que ele achava e ele disse: menina, é hit, bora gravar agora”, contou.
Segundo Cami, a música passou por algumas modificações, pegando algumas influências do brega. “A gente estava escutando um pouco de Bartô Galeno e trouxemos toda essa atmosfera romântica do brega e deu muito certo assim, fiquei muito feliz que em dois dias foi mais de mil plays, para um artista independente isso é muito importante, a gente sabe, é relação, então tô muito agradecida a todo mundo que deu o play e esperem aí mais lançamentos também”, finalizou.
Após 15 anos de carreira, a banda BaianaSystem mantém sua energia contagiante da nave sonora que faz os fãs se orgulharem de sua latinidade. Considerando a efervescência política do Brasil nos últimos anos, resiste em fazer uma arte ativa politicamente no país. `Para Roberto Barreto, guitarrista do grupo, não tem muito como dissociar uma coisa da outra “ela se irradia para muitos cantos, não necessariamente só política partidária, ou eleitoral, ou o que quer que seja, mas tudo que a gente está vivendo, em todos os seus tempos. Acho que a gente reflete isso na arte, e cada uma, sob a coisa que faz é um funcionamento político, talvez seja uma forma de você estar trocando com o momento atual”.
Ao ser perguntado sobre o que mudou e o que nunca mudará na Baiana em 15 anos, Roberto disse que o grupo acredita que a banda é muito experimental em formatos e como isso acontece. “O que não vai mudar, talvez, é essa troca real com o que está acontecendo e tentar prevalecer, falar e viver o que a gente tá vivendo”, explicou.
“Quando você fala de 15 anos, a gente toma um pouco de susto, quando a gente se toca disso, mas a gente acaba puxando uma linha que não necessariamente acontece desse jeito linear, assim, de 15 anos. E isso, tem outros movimentos circulares, em um momento a gente se vê mais perto do que era no começo, em outro momento não sabe nem o que pode acontecer no próximo. A gente tá agora no meio de um álbum novo que também nos coloca próximo do disco anterior, de como ele vem ligado à música brasileira, mas, ao mesmo tempo, já foi feito de uma forma completamente diferente. Então eu acho que é isso, o Baiana vive essas experiências e essa troca constante”, concluiu o artista.