O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), declarou à Justiça que utilizou sua renda como advogado para financiar parte da compra da mansão avaliada em R$ 5,97 milhões, em um bairro nobre de Brasília. O parlamentar possui cadastro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.
Reportagem da Folha de S.Paulo, contudo, afirma que não há registros de processos nos quais Flávio atue como advogado.
No início de 2021, quando a compra da mansão foi revelada, Flávio alegou que o dinheiro obtido como empresário possibilitou que o negócio fosse fechado. Ele, entretanto, não mencionou recursos recebidos como advogado.
A afirmação foi feita pelo filho do presidente à Justiça foi protocolada na defesa do senador como resposta a uma ação popular no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) movida pela deputada federal Erika Kokay (PT).
Na ação, a parlamentar refuta o financiamento de R$ 3,1 milhões no Banco de Brasília (BRB) para a compra de uma mansão, considerando “ato lesivo contra o patrimônio público”.
Em nota enviada à Folha, o senador afirmou que “o processo (no TJDFT) foi movido por uma parlamentar petista”, “não tem qualquer fundamento” e “serve apenas como uma tentativa de autopromoção em véspera eleitoral”.
Compra da mansão
Em março de 2021, quando o caso veio à tona, o filho do presidente argumentou que era sócio de uma franquia da marca Kopenhagen no Rio de Janeiro. A residência está localizada no Condomínio Ouro Branco, no setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, área nobre da capital federal.
A equipe jurídica da deputada petista afirmou, na ação, que a renda mensal informada pelo senador não é suficiente para obter o financiamento da casa.
Na ação, a equipe realizou uma simulação, no banco em que o filho do presidente obteve o empréstimo, que demonstrou que faltava R$ 9.916,68 para que o senador conseguisse arcar com as dívidas adquiridas pelo empréstimo. No cálculo, considerou-se a declaração de renda mensal informada por Flávio na escritura do imóvel, de R$ 36.957,68.
A deputada ainda afirmou que “o BRB concedeu financiamento bancário ao casal Flávio e Fernanda Bolsonaro em desacordo com suas próprias regras internas”.
O senador pagou à vista R$ 2,87 milhões, valor referente à venda da participação em um negócio que Flávio tinha no Rio. Os R$ 3,1 milhões remanescentes foram financiados em 360 meses pelo BRB, com taxa de juros nominal de 3,65% ao ano.
A compra foi realizada no fim de janeiro de 2021, contudo, só foi revelada no mês de março do mesmo ano.
Fonte: Metrópoles