O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que houve descaso com a regulamentação das apostas esportivas, chamadas de “bets”.
Em pronunciamento divulgado à imprensa pela assessoria do Ministério da Fazenda, Haddad acrescentou que chegou a hora de levar adiante esse assunto para “colocar a ordem no caos” que se instalou no país e “proteger as famílias brasileiras”.
Ele ressaltou que as bets foram legalizadas no final do governo Temer, em 2018, e a lei previa que o governo teria dois anos para regulamentar, prorrogáveis por mais dois, o que não aconteceu na gestão Jair Bolsonaro.
“Pois bem, o tempo agora chegou. O governo está munido de todos instrumentos necessários para regulamentar esse assunto, que é muito delicado para a família brasileira”, acrescentou o ministro Fernando Haddad.
De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu providências aos minitérios envolvidos, a Fazenda, a Saúde, o Desenvolvimento Social e os Esportes, para coibir a lavagem de dinheiro e para tratar a questão da dependência, quando for o caso, assim como o monitoramento de CPFs, pessoa por pessoa, para saber o valor das apostas e os prêmios recebidos.
“O meio de pagamentos que vai poder ser utilizado, coibindo o endividamento através do jogo. E banir as empresas não credenciadas do espaço brasileiro de atuação. Centenas de casas de aposta do mundo inteiro não terão mais acesso à nuvem brasileira”, disse Haddad.
Levantamento
Levantamento do BC divulgado nesta semana aponta que os brasileiros gastam cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024.
Segundo os dados, aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas online, realizando pelo menos uma transferência via PIX durante o período analisado.
A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, mas a prática se espalha por diferentes faixas etárias.
O valor médio das transferências mensais aumenta com a idade: os mais jovens gastam cerca de R$ 100 por mês, enquanto indivíduos mais velhos ultrapassam os R$ 3 mil mensais em apostas.