A cantora, compositora e atriz Letícia Letrux se posicionou nesta segunda-feira (11) sobre a polêmica em torno de uma performance que ela fez no último fim de semana durante um festival realizado em Natal. Em nota enviada à 98 FM, a artista afirmou que “jamais queimaria a Bíblia” e que não ingeriu bebida alcoólica durante a apresentação.
Letrux se apresentou no sábado (9) no Festival do MST, uma das atrações da 2ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária. O evento aconteceu nas dependências do Centro Administrativo do Estado, onde fica a Governadoria. A festa foi promovida em Natal pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal, com apoio de instituições como Caixa, Banco do Nordeste e Sebrae.
Um vídeo gravado durante o show viralizou nas redes sociais. Nas imagens, a cantora aparece vestida de girafa e segurando um livro em chamas. Pelas redes sociais, a performance foi interpretada como intolerância religiosa, como se ela estivesse queimando um exemplar da Bíblia. Em outro momento, ela aparece ingerindo uma bebida, e alguns divulgaram que ela estaria se embriagando durante o show.
Em nota, Letrux enfatizou que é uma artista “performática” e que estava representando um número de mágica. Ela disse que “jamais” queimaria a Bíblia e se definiu como “uma pessoa religiosa”. “Reduzir meu trabalho com mentiras sobre minha obra é recalque absoluto da extrema direita que não satisfeitos em viverem suas próprias vidas, precisam se meter em vida alheia”, afirmou a cantora.
Veja a nota na íntegra:
“Sou uma cantora formada em teatro. Meus shows são sempre performáticos. Fui uma criança fascinada por mágica. Quando faço shows, gosto de trazer números de mágica para o espetáculo. Eu jamais queimaria a bíblia na minha vida. Meu número de mágica envolve acender um livro (dentro daquele livro, que comprei assim já numa loja de mágica, tem um isqueiro grande), ao fechar o livro, o fogo se apaga. O livro traz segurança pra mágica. Uma amiga diz algo lindo sobre esse número: “Não vejo o livro pegando fogo, e sim o fogo saindo de dentro do livro, o fogo da criação, da fabulação literária que cria outros mundos possíveis.” Sou uma pessoa religiosa, mas defensora do estado laico. Sou defensora da reforma agrária e foi com muito amor que recebi o convite para participar do festival do MST em Natal, cidade que amo e sou sempre bem recebida. Não ingeri uma gota de álcool nesse show pois era um final de semana cheio de compromissos e cantar é ser atleta, cuido muito da minha voz e do meu corpo para que ele não falhe. Bebi água durante o show inteiro, cantar e falar causa sede, ainda mais numa cidade quente, é preciso explicar o óbvio, sinto. A verdade é tão importante pra mim que me coloco a disposição para passar por um detector de mentiras, chego a esse nível. Mas aposto que as pessoas que estão proferindo inverdades não se colocariam à disposição igualmente. Pois tenho certeza que quando fossem questionadas por assuntos morais, derrapariam feiamente. Minhas músicas falam sobre amor, tesão, dores existenciais, vida cotidiana que qualquer ser humano enfrenta nos dias que correm. Reduzir meu trabalho com mentiras sobre minha obra é recalque absoluto da extrema direita que não satisfeitos em viverem suas próprias vidas, precisam se meter em vida alheia. Querem governar nossos corpos, mentes, desejos. Criam boatos para alienar mais ainda a cabeça daqueles ignorantes que infelizmente caem na rede dessa erva daninha que destrói nosso país e o mundo. É uma alegria saber que tenho a consciência tranquila, com minha arte, minha cidadania em dia, meu compromisso social e existencial. Melhorem.”