Uma atualização sobre o caso da alemã Julia Faustina, jovem de 21 anos que diz ser a garotinha Madeleine McCann, menina britânica que desapareceu em 2007 em Portugal, foi divulgada nesta segunda-feira, 13, pela detetive particular de Julia, a médium Fia Johansson. A detetive afirma ter evidências que Julia foi traficada para a Polônia, em entrevista para o jornal britânico The Daily Star, um dos principais tabloides do Reino Unido.
“Temos muitas evidências agora que mostram que Julia foi definitivamente traficada para a Polônia de outro país por um grupo internacional de tráfico sexual”, afirmou a detetive. “Ainda estamos conduzindo uma investigação, mas Julia certamente não é a filha biológica de seus pais na Polônia”, garantiu.
A família de Julia na Polônia negou suas reivindicações e colocou um ponto final na relação com a detetive. Conforme comentou a médium ao jornal britânico, os pais de Julia bloquearam o número de Fia Johansson, impossibilitando que sejam realizadas ligações e envios de mensagens de texto, e ainda, se recusaram a fazer um teste de DNA por conta própria.
Já em entrevista ao site americano RadarOnline, a detetive contou que Julia enviou três amostras de DNA para análise forense, bem como um teste genético para estabelecer sua ascendência. Se os resultados indicarem que a ascendência de Julia é britânica, ou seja, da mesma região dos pais de Madeleine, Gerry e Kate McCann, a detetive detalhou que irá acionar os detetives de Portugal para enviar imediatamente a sequência de DNA e solicitar comparação genética.
Onde está Julia?
Julia está abrigada em esconderijo na Califórnia, nos Estados Unidos. A detetive disse que não revelará a localização precisa de Julia, como medida de segurança.
“Eu só quero ter certeza de que ela está em um lugar seguro até descobrirmos exatamente onde e como vamos conduzir os testes de DNA”, informou Johansson.
A mudança de seu país de origem para os Estados Unidos aconteceu após a alemã receber uma série de ameaças de morte. De acordo com o jornal The Daily Star, relatórios sugerem que as autoridades americanas foram prestativas ao tentar levar a jovem polonesa para o país.
Caso completou mais de uma década
A menina britânica Madeleine McCann sumiu enquanto passava as férias de verão de 2007 com os pais na praia da Luz, em Portugal. Na época, Madeleine tinha três anos; atualmente, teria 19 anos.
Neste ano, o caso ganhou um desdobramento após 16 anos, quando a alemã Julia Faustina, de 21 anos, viralizou ao criar um perfil no Instagram alegando ser Madeleine. O perfil “@IAmMadeleineMcCann” (@EuSouMadeleineMcCann, em português), reuniu mais de 1 milhão de seguidores, que acompanhavam as postagens da alemã com “evidências” sobre o caso. Julia comparava fotos de Madeleine e apontava semelhanças físicas como ‘covinha’ na bochecha, pinta no lado esquerdo do rosto, formato do nariz e espaço entre os dentes. A conta do Instagram foi desativada no dia 2 de março, e, na sequência, outros perfis com o nome de usuário parecido foram criados.
Em um das primeiras publicações no perfil, Julia mencionou que a lembrança sobre a própria infância era vaga. “Não me lembro da maior parte da minha infância, mas minha memória mais antiga é muito forte e é sobre férias em lugares quentes, onde havia praia e prédios brancos ou muito claros com apartamentos. Lembro que vi tartarugas na praia, era a pequena baía, pelo que me lembro, vi tartarugas naquela época e havia outras crianças e elas tentavam tocar nas tartarugas pequenas. Não vejo minha família nesta memória”, publicou.
A alemã também afirmou ter sido vítima de abuso sexual quando era criança, e compartilhou o retrato falado de um suspeito que possa ter sequestrado Madeleine. Segundo Julia, a foto é da mesma pessoa que está no site oficial de busca pela menina britânica. “Eu reconheço esta pessoa… Parece muito com meu agressor. Eu preciso que você me ajude porque a polícia me ignora. Preciso que a polícia faça um teste de DNA para mim e compare com o DNA de Madeleine. Preciso falar com Kate e Gerry McCann”, escreveu em outra publicação.
‘Já pedimos para ela parar’, disse família de Julia
Familiares de Julia divulgaram um comunicado pela organização Missing Years Ago, que trabalha com a localização de pessoas desaparecidas na Polônia, na qual dizem ter “lembranças” e “fotos” que confirmam que Julia nasceu na família. Eles também alegam que a jovem saiu de casa levando fotos, histórico hospitalar e documentos.
“Sempre tentamos entender todas as situações que aconteciam com Julia. Numerosas terapias, remédios, psicólogos e psiquiatras – Julia tinha tudo garantido. Ela não foi deixada sozinha. Ameaças ao nosso endereço partindo dela, suas mentiras e manipulações, atividade na internet, já vimos de tudo e já tentamos impedir, explicar, já pedimos para ela parar.”
Polícia indiciou suspeito pelo crime
Investigadores responsáveis pelo caso acreditam que Madeleine foi morta. A justiça da Alemanha indiciou como principal suspeito do caso, o alemão Christian Brueckner, em 2022. Segundo investigadores alemães, na época do crime, Brueckner vivia a poucos quilômetros do hotel na praia da Luz onde a Madeleine desapareceu.
Fonte: Estadão