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“Kids Pretos”: Militares investigados na operação Contragolpe eram especialistas em operações especiais; entenda

Os “kids pretos” — também chamados de “forças especiais” (FE) — são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Segundo informações da Polícia Federal, quatro pessoas presas nesta terça-feira (19) na Operação Contragolpe tinham formação de forças especiais.

Segundo o Exército, atualmente os “kids pretos” têm um efetivo aproximado em torno de 2, 5 mil militares. O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, é um deles.

De acordo com o Exército, a nomenclatura “kid preto” é um apelido informal atribuído aos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro, pelo fato de usarem um gorro preto. O processo seletivo para as Forças de Operações Especiais é realizado entre militares voluntários que realizam curso de Ações de Comandos e de Forças Especiais, segundo o Exército.

Os “kids pretos” passam por formação no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói (RJ), no Comando de Operações Especiais em Goiânia (GO), ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM).

Como parte do treinamento, os militares aprendem a atuar em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra irregular — terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência, insurgência. Além disso, são preparados para situações que envolvam sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.

Na página oficial do Facebook do Comando de Operações Especiais, em Goiânia, um vídeo de comemoração dos 65 anos das operações especiais é iniciado com a frase:

“O ideal como motivação. A abnegação como rotina. O perigo como irmão. A morte como companheira”, diz o vídeo.

De acordo com o Exército, os “kids pretos” podem atuar em todo o território nacional. No entanto, a corporação afirma que as tropas especiais só são empregadas por ordem do Comando do Exército, sob coordenação do Comando de Operações Especiais.

Imagens dos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, mostram o momento em que golpistas invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Nos vídeos é possível ver que homens com o rosto coberto por balaclavas e usando luvas retiraram as grades da escotilha do Congresso Nacional. Em um outro momento, eles usaram gradis para ajudar os invasores a sair de dentro do prédio – além de uma mangueira para jogar água e dispersar o gás das bombas de efeito moral.

De acordo com a apuração da reportagem, no inquérito da Polícia Federal existem vários depoimentos de vândalos presos relatando a ação de indivíduos de balaclavas e luvas ajudando e incentivando os demais a entrarem no prédio.

Operação Contragolpe

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação contra uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.

blog apurou que cinco pessoas foram presas com autorização do Supremo Tribunal Federal:

  • quatro militares (da ativa ou na reserva) das forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos”;
  • um policial federal.

Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelo grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelho’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin.

Fonte: g1

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