Fonte: G1
Autoridades moçambicanas confirmaram, nesta quarta-feira (27), o registro de cinco casos de cólera após a passagem do ciclone Idai, que afetou cerca de 1,85 milhões de pessoas e deixou mais de 460 mortos no país. O último balanço estima que 686 pessoas morreram em Moçambique, Zimbábue e Malauí com a tempestade tropical.
“Terá mais, porque cólera é uma pandemia. Quando há um caso, podemos temer outros. Estamos pondo em marcha medidas preventivas para limitar o impacto”, disse o diretor nacional de Saúde, Ussein Isse, em entrevista coletiva em Beira, cidade que ficou 90% destruída pela passagem do ciclone.
O cólera se espalha pela contaminação de água ou comida por fezes. Surtos podem se desenvolver rapidamente durante crises humanitárias em que os sistemas de saneamento entram em colapso. A doença pode matar dentro de horas, caso não haja tratamento.
Escassez de alimentos e água em Beira
A situação na cidade portuária moçambicana de Beira está “em ebulição”, disse o chefe de uma operação de resgate da África do Sul no fim da semana passada. Os moradores da região estão sofrendo com a escassez de alimentos, água e outros itens essenciais após dez dias da passagem de um ciclone devastador.
Homem carrega crianças em área inundada na cidade de Beira, Moçambique, neste domingo (24). — Foto: Reuters/Siphiwe Sibeko
Em 14 de março, o ciclone Idai chegou a Moçambique com ventos de mais de 170 km/h e foi seguido de fortes chuvas. Sua passagem danificou casas, provocou inundações e deixou a cidade portuária de Beira, segunda maior do país. Então, o ciclone seguiu para países vizinhos Zimbábue e o Malauí.
Resgate
A ajuda humanitária tenta avaliar a proporção do desastre e determinar qual tipo de auxílio é mais urgente nesse momento.
Em Moçambique, milhares de lares foram destruídos e pessoas foram deslocadas por uma área de 3 mil quilômetros quadrados — praticamente o tamanho de Luxemburgo.
Pessoas preparam comida em região afetada por ciclone em Moçambique — Foto: Emma Rumney/Reuters
“Podemos determinar o tamanho, mas não a circunstância. Então estamos trabalhando no solo, resgatando pessoas com auxílio de helicópteros para determinar quais são as necessidades críticas”, disse, na terça-feira (26), o coordenador do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Sebastian Rhodes Stampa.