Fonte: Tribuna do Norte
Um policial militar foi indiciado pelo homicídio de Luiz Benes Leocádio Júnior, morto em um sequestro-relâmpago no dia 15 de agosto de 2018. O inquérito, elaborado pela Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, aponta que o policial militar que participou da perseguição ao carro onde Benes Júnior e atirou contra o veículo sabia das possíveis consequências de sua ação, motivo pelo qual será indiciado por homicídio doloso – aquele no qual o autor mata com intenção ou assumindo os riscos de uma ação que pode tirar a vida de alguém.
Em um inquérito de mais de 300 páginas, a Polícia Civil escutou testemunhas e diversas partes para apurar as circunstâncias que levaram à morte de Benes Júnior e Matheus da Silva Régis, de 17 anos, que participou do sequestro de Benes e também morreu no local durante a ação policial.
De acordo com a delegada Taís Aires, responsável pelo caso, o policial militar indiciado, que não teve a identidade divulgada pela polícia, “disparou sabendo que poderia atingir uma pessoa ao atirar. Foi apenas depois que surgiu o fato de que aquela pessoa que foi atingida pelo tiro era, na verdade, a vítima do sequestro”, afirma.
Pela morte de Matheus Régis, no entanto, ninguém será indiciado. “O que ficou evidenciado é que com relação ao Matheus foi que os policiais atuaram em legítima defesa, porque havia a comprovação de que ele estava armado, além de ter um histórico de dois latrocínios”, conta a delegada.
Nos laudos balísticos elaborados pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) acessados com exclusividade pela TRIBUNA DO NORTE em setembro de 2018, constava que o tiro que atingiu o filho do deputado federal Benes Leocádio partiu de um fuzil calibre 5.56, de uso exclusivo das forças militares.