A prévia da inflação oficial do Brasil subiu 0,62% em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a aceleração, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) superou o teto da meta de inflação no acumulado em 12 meses.
O avanço de 0,62% é 0,14 ponto percentual maior do que as projeções do mercado financeiro, que apontavam para a variação de 0,48% no mês passado.
A variação é a maior para o mês desde 2021 (1,17%). No ano passado, a alta do índice foi de 0,33%. Na análise entre todos os meses de 2024, o resultado só não é maior do que o apurado em fevereiro (0,78%).
Teto da meta
A inflação em 12 meses é a mais alta desde novembro de 2023. Com as duas acelerações consecutivas, a prévia da inflação oficial acumula alta de 4,77% entre dezembro de 2023 e novembro de 2024. Somente neste ano, a variação dos preços alcança 4,35%.
Com os resultados recentes, a inflação do Brasil aparece acima da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual da alta de 3% idealizada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2024. As bandas que o IPCA oscile entre 1,5% e 4,5% neste ano.
Resultado por grupo pesquisado
Os preços subiram em oito dos nove grupos pesquisados. A única baixa apurada corresponde aos custos referentes à educação, que tiveram deflação de apenas 0,01% em novembro.
As contas de luz apresentam alta mais contida no mês. Os preços das tarifas de energia elétrica residencial aumentaram 0,13% em novembro, ante salto de 5,29% no mês anterior.
A desaceleração considera a vigência da bandeira tarifária amarela, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Em outubro, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kw/h consumidos.
Alimentos
Os preços de alimentação e bebidas dispararam 1,34%. Principal vilão da prévia da inflação, o grupo teve uma aceleração na comparação com a alta de 0,87% registrada em outubro.
O grupo “Alimentação em domicílio” acelerou de 0,95% para 1,65%. O ganho de força foi puxado pelos valores mais salgados do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%), que contaram com a alta de 10% do acém. Entre as quedas, destacam-se a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).
O consumo de alimentos fora de casa subiu menos em novembro. A desaceleração de 0,66% para 0,57% do indicador ocorreu com a alta menos intensa da refeição (de 0,7% para 0,38%). O lanche, por sua vez, subiu 0,78%.
Veja a variação de cada um dos grupos:
- Alimentação e bebidas: +1,34%
- Despesas pessoais: +0,83%
- Transportes: +0,82%
- Habitação: +0,22%
- Vestuário: +0,36%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,18%
- Artigos de residência: +0,11%
- Comunicação:+0,11%
- Educação: (-0,01%)
Fonte: UOL