Fonte: Globo Esporte
O Cruzeiro não quer vender, o vice de futebol Itair Machado dá tratamento de inegociável a Dedé, mas o zagueiro tem grande chance de pintar no Flamengo. O grupo de investidores que o tirou do Vasco em 2013 e o levou para a Raposa vê a investida rubro-negra como a última chance de recuperar os R$ 14 milhões que gastaram há seis anos.
E os cariocas devem fazer uma proposta de aproximadamente R$ 35 milhões até segunda-feira. O negócio também envolve um perdão ao Cruzeiro pela dívida que tem com os rubro-negros referente à negociação de Mancuello.
Os direitos econômicos de Dedé são divididos em: 51,91% do fundo de investimentos DIS, 6,5% da GT Sports Assessoria, 30,5% nas mãos de Marcos Vinícius Sánchez Secundino, um dos proprietários da empresa farmacéutica EMS, e 11,09% com o empresário Giscard Salton, segundo documento divulgado pelo dirigente cruzeirense à imprensa. Do valor total da negociação, caso esta se concretize, os mineiros ficariam com 20% (taxa de vitrine).
Por meio do site oficial, às 16h, o Cruzeiro publicou nota negando que seja alvo de pressões externas, lembrando, inclusive, que a prática – divisão de direitos econômicos – não é mais permitida pela Fifa. A Raposa ainda lembrou o valor da multa de Dedé: R$ 330 milhões.
Confira a íntegra da nota da Raposa:
“Em razão das inúmeras matérias veiculadas em sites esportivos, o Cruzeiro Esporte Clube vem a público dar uma resposta à sua imensa torcida sobre a situação de Dedé. O zagueiro, que tem contrato até o dia 31 de dezembro de 2021, se reapresenta nesta quinta-feira, na Toca da Raposa 2, para início da pré-temporada do Clube.
Ao contrário de notícia veiculada pelo site globoesporte.com, não há nenhuma negociação em andamento envolvendo a transferência do jogador. Há cerca de 15 dias, o Cruzeiro informou ao Flamengo que não tem interesse em negociar o defensor, que teve sua multa contratual reajustada para R$330 milhões para transferência nacional e internacional.
O Clube esclarece ainda que não vem recebendo pressão de investidores para a liberação do atleta, uma vez que a FIFA, por meio da Circular no. 1464, inseriu no Regulation on The Status and Transfer of Players (RSTP) de 2015 o artigo 18ter, vetando, a partir de 1 de maio de 2015, a participação de terceiros nos direitos econômicos dos atletas de futebol. A entidade máxima do futebol não mais reconhece esta participação em contratos renovados após essa data, como é o caso de Dedé.”
Principal investidor nega pressão
Em nota enviada para a reportagem, o grupo DIS se manifestou a favor da decisão do atleta, negando que pressione o Cruzeiro a vender o jogador para recuperar investimento.
Confira a íntegra da nota, assinada por Roberto Moreno, advogado do grupo.
– Nos últimos dias, foram veiculadas algumas informações afirmando que o Grupo DIS, um dos detentores dos direitos do Dedé, estaria pressionando o Cruzeiro para que vendesse o jogador. Por isso resolvemos vir a público negar veementemente essa informação. Em nenhum momento tivemos contato com a diretoria do clube. O Dedé possui contrato com o Cruzeiro, e o Grupo DIS está completamente alinhado com a vontade do jogador e seu empresário, Magrão. Como investidores, a venda seria de nosso interesse, mas o desejo do atleta está acima de tudo – disse o advogado Roberto Moreno.
Nascido em 1º de julho de 1988, Dedé chegou ao Cruzeiro em 2013. Soma 143 jogos, 12 gols e seis títulos: dois Mineiros (2014 e 2018), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Brasileiros (2013 e 2014).
Desde o início da negociação o Flamengo não se pronuncia sobre a investida. A negociação é conduzida pelo diretor Bruno Spindel e pelo vice de futebol Marcos Braz. O Rubro-Negro conta com a pressão dos investidores para o Cruzeiro ceder à negociação. De férias, Dedé, que tem relação forte com a torcida cruzeirense e de gratidão à Raposa, acompanha de longe o caso, sem se envolver nas tratativas.