
O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), afirmou nesta sexta-feira, 27, que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a meta fiscal são “brochantes” para a pauta econômica e causam constrangimento ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O petista disse hoje que “dificilmente” o governo conseguirá zerar o déficit das contas públicas no próximo ano.
“As declarações do presidente Lula sobre o abandono da meta fiscal causam constrangimento ao ministro Fernando Haddad, que tem lutado muito para o atingimento do déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica”, afirmou Forte, em nota à imprensa. O deputado tem dito há meses que é preciso alterar a meta fiscal, mas até agora não encontrou apoio da equipe econômica para fazer a mudança na LDO.
Forte voltou a defender nesta sexta-feira a rediscussão da meta “dentro de uma construção política com diálogo e transparência”. O relator disse que é necessário ter um Orçamento “enxuto, exequível e realista”, com mais previsibilidade.
Ele afirmou que está à disposição do Executivo para debater os números “reais” da economia dentro de uma perspectiva de mudança no objetivo de zerar o déficit primário ano que vem.
“Trata-se de uma fala brochante para a pauta econômica, que sofre resistências no Legislativo. Até porque o próprio atraso na votação da LDO ocorreu para dar a oportunidade para o governo federal realizar o convencimento acerca das propostas da equipe econômica”, emendou o deputado.
Ele defendeu também que os vetos de Lula ao arcabouço fiscal precisam ser analisados pelo Congresso com celeridade.
A discussão sobre mudar a meta de 2024 ganhou força com o apoio da ala política do governo, incluindo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A avaliação feita por esses aliados de Lula é que o ajuste fiscal precisa ser mais gradual para evitar uma desaceleração do crescimento econômico.