Fonte: Tribuna do norte
O relator da proposta de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Marcelo Freitas (PSL-MG), disse que fará a leitura do relatório na próxima terça-feira (9) para votar o parecer entre os dias 16 e 17, depois de dois dias de vista.
Ele disse que fará um relatório técnico e que abordará limites constitucionais da reforma. “Enfrentamos no relatório prévio todas as questões levantadas pelos colegas e iremos enfrentar nessa comissão eventuais limites ao poder da emenda”, afirmou.
O relator disse que é inquestionável que o Brasil precisa da reforma da Previdência e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebe o apoio integral do PSL para as mudanças. “Sou delegado da Polícia Federal e me aposentaria aos 48 anos, não acho razoável. Me disponho a esse sacrifício em favor da coletividade”, afirmou, aplaudido pelos outros deputados.
Nesta quarta-feira (3), o ministro foi sabatinado na CCJ, por seis horas e meia em sessão tumultuada e marcada por bate-bocas. Questionado pelos deputados, Guedes negou que a reforma da Previdência queira transferir direitos da Constituição para uma lei complementar e afirmou que o governo está preparado para a retirada das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural do texto da reforma.
“Nós estamos preparados para essa sensibilidade social do BPC e da aposentadoria rural. Se isso for realmente uma vontade do Congresso, ela [a retirada] deve ser feita. Tínhamos que apontar esses problemas, mas estamos preparados para o resultado. E não achamos que devemos transformar isso em uma batalha campal”, declarou o ministro.
Guedes também sugeriu aos parlamentares que reformulem o projeto de lei que endurece a aposentadoria dos militares e reestrutura a carreira da categoria. “Me perguntaram porque eu não cortei [mais] a aposentadoria dos militares? Ora, cortem vocês. Vocês são o poder. Vocês têm medo de fazer isso?”