Fonte: Tribuna do Norte
As condições são favoráveis, e tudo indica que o comportamento atmosférico trará chuvas na média ou acima da média para o Rio Grande do Norte nos meses de fevereiro, março e abril – trimestre que concentra a maior das parte das precipitações anuais. A boa notícia foi anunciada na tarde dessa sexta-feira (18) pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), após Reunião Climática realizada na sede da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) em Fortaleza/CE.
Durante o encontro, especialistas e meteorologistas dos centros de previsão climática do Nordeste, do Instituto Nacional de Meteorologia, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais avaliaram as condições oceânicas e atmosféricas para os próximos meses. Precipitações devem ficar entre 300 milímetros e 700 milímetros.
“Em termos de natureza precisamos sempre considerar uma margem de erro, mas há grandes chances do período de chuvas em 2019 fique próximo ou acima da normalidade. As condições não estão 100% favoráveis, mas dados importantes indicam a tendência de formação de nuvens”, explicou Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn.
Ele destacou que o monitoramento de chuvas no RN já registra chuvas em 71 municípios do Estado com o volume acumulado na média e/ou acima da média histórica para o mês. Bristot lembrou que o mês de dezembro de 2018 foi o mais chuvoso dos últimos anos, e que o ano de 2018 também “foi o mais chuvoso dos últimos sete anos, quando tivemos seis anos seguidos de seca”.
Ainda de acordo com o meteorologista, as análises apresentadas durante o encontro em Fortaleza mostram que o fenômeno El Niño continua atuando na porção equatorial do oceano Pacífico – porém com intensidade fraca. “Enquanto isso o oceano Atlântico apresenta resfriamento nas águas superficiais ao Norte e aquecimento no setor Sul, dinâmica que favorece o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) – principal sistema causador das chuvas no Norte e Nordeste do Brasil durante esse período”, disse Gilmar Bristot.
O gerente de meteorologia da Emparn reforça que as projeções indicam que “essa condição permanecerá pelos próximos meses. Condições que, somadas à baixa atividade solar, potencializam as precipitações”.
Zona próxima
As chuvas que já caem em solo potiguar estão relacionadas à proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) da costa do RN e do Ceará. “Mesmo sem uma atividade constante, a ZCIT está presente e traz condições; e se buscarmos referências passadas, percebemos que quando combinado com a atividade solar mínima temos o aumento da formação de nuvens”.
Bristot garante que “há uma certa tranquilidade” em afirmar que a previsão é de chuvas normais e/ou acima do normal. Ele esclarece que a análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala, como ventos, pressão e temperatura da superfície do mar, mais os resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do Brasil e do exterior, “indicam que o prognóstico climático para o período de fevereiro, março e abril de 2019 no RN é favorável às chuvas”.
Para chover no Rio Grande do Norte, e em boa parte da região Nordeste, o ideal é que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) entre em ação a partir do alinhamento de quatro fatores climáticos: presença do fenômeno La Niña, que reduz a temperatura da superfície do oceano Pacífico; poucos ventos sobre o continente; baixa atividade solar; resfriamento do Atlântico Norte e aquecimento das águas da porção sul do oceano.