
O presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Gilvan Mikelyson, defendeu uma mudança na forma como a validade dos produtos industrializados é determinada no Brasil. Segundo ele, o país deveria adotar o modelo de “Best Before” (melhor consumir antes), usado em outros países, para evitar desperdícios desnecessários.
Hoje no Brasil os supermercados são impedidos de vender produtos depois da data de validade. A ideia é que as embalagens passem a exibir uma data em que é “melhor consumir antes”, mas sem impedimentos para consumos até determinada data.
“Nós não temos essa data de validade do Best Before, que é o ‘melhor consumir antes’. No Brasil, no restante do mundo, tudo isso é feito. Não interferimos na segurança alimentar do produto, mas sim em alguma característica que pode ser afetada após essa data”, explicou Mikelyson.
Setor de supermercados no RN defende mudança na forma de validade de produtos industrializados
— 98 FM Natal (@98FMNatal) January 31, 2025
Segundo Gilvan Mikelyson, da Assurn, o país deveria adotar o modelo de "Best Before" (melhor consumir antes), usado em outros países, para evitar desperdícios desnecessários. pic.twitter.com/P4BbH31cf2
Ele exemplificou a questão com um produto industrializado que vence à meia-noite. “Quer dizer que se eu consumir ele à meia-noite e um, já está totalmente estragado? Não está. O que pode acontecer é uma pequena perda de características, como cor, sabor, crocância ou aroma, mas ele ainda pode ser consumido com segurança”, argumentou.
A proposta permitiria que produtos próximos da data de validade fossem comercializados a preços reduzidos, beneficiando consumidores de menor poder aquisitivo e reduzindo o desperdício de alimentos. “Dá pena jogar fora produtos que ainda podem ser aproveitados. Muitas vezes somos penalizados por não poder vendê-los, mesmo sabendo que ainda estão próprios para consumo”, ressaltou.
Mikelyson esclareceu que a mudança não se aplicaria a produtos perecíveis, como carnes e iogurtes, mas apenas a industrializados que mantêm sua segurança mesmo após a data de validade estipulada atualmente. A proposta visa equilibrar o consumo consciente, reduzir perdas e beneficiar tanto os consumidores quanto os comerciantes.