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Sesap inicia regulação do Hospital Walfredo Gurgel

Pacientes da Grande Natal devem passar por regulação antes de atendimento no Walfredo. Sesap avalia situação do restante do RN

Sesap inicia regulação do Hospital Walfredo Gurgel - Foto: Sesap/Reprodução
Sesap inicia regulação do Hospital Walfredo Gurgel - Foto: Sesap/Reprodução

A porta do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), em Natal, começou a ser regulada nesta quarta-feira (15) para os municípios da Região Metropolitana. Agora, somente cirurgias de urgência clínica e traumas de alta complexidade, com encaminhamento prévio, serão atendidos na unidade. Segundo os gestores, o objetivo é acabar com a superlotação, que provoca atendimentos improvisados nos corredores do maior hospital público do Rio Grande do Norte. Atualmente, 20 pacientes permanecem em macas nos corredores. 

Essa é a primeira etapa do processo de mudança progressiva de atendimento. O próximo passo será a regulação junto aos hospitais regionais. Para estes pacientes de outras regiões do Estado, as mudanças ainda estão sendo analisadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) e não tem data para implementação. A regulação para o Walfredo será feita por meio de uma filtragem, que deverá ocorrer a partir da análise do perfil do paciente a ser detalhado pelos municípios de origem à Central de Acesso às Portas Hospitalares.

De acordo com a diretora da unidade, Fátima Pereira, os pacientes que forem espontaneamente ao hospital – o chamado atendimento “porta aberta” – serão acolhidos em uma sala de atendimento rápido, onde passarão por uma classificação de risco e poderão ser encaminhados, conforme a necessidade. “A porta regulada não é porta fechada. O perfil do Walfredo é trauma, AVC isquêmico e hemorrágico e pacientes de alta complexidade. Os pacientes serão direcionados para aquelas unidades que possam dar resolutividade e não irão superlotar o Walfredo com macas no corredor porque ninguém está dignamente internado num corredor, a qualidade da assistência cai”, detalha.

A assistência de baixa complexidade – que não faz parte do perfil do hospital – acaba comprometendo a qualidade dos atendimentos referência em cirurgias de média e alta complexidade, neurocirurgia, neurologia, ortopedia, traumatologia, nefrologia e agravos clínicos, de acordo com a diretoria da unidade. A ideia é que o suporte menos complexo seja absorvido pelos hospitais municipais, regionais e unidades de pronto atendimento (UPAs), desafogando assim o Walfredo Gurgel.

Com 230 atendimentos na porta todos os dias de pacientes de Natal, Região Metropolitana e interior do Estado, com qualquer tipo de problema médico, o início do processo de regulação do hospital é considerado um marco histórico pela direção do Walfredo Gurgel. A regulação já acontece em unidades públicas como, por exemplo, nos hospitais Giselda Trigueiro, na área de infectologia, e Maria Alice Fernandes, no atendimento infantil. Outra unidade que também funciona na capital como porta referenciada é o Hospital Municipal de Natal.

Em julho, quando o hospital registrava uma média 320 atendimentos diários, a projeção da Sesap era regular a porta do HMWG em setembro, o que acabou não se concretizando. O processo foi finalmente iniciado neste mês, conforme acordo firmado entre a Saúde estadual e o Ministério Público em cumprimento a uma decisão que remonta a processos judiciais do fim dos anos 1990. O documento pontua que, entre janeiro e julho deste ano, o hospital fez 35.351 atendimentos (média de 5.050/mês), dos quais 18.459 foram avaliados como de baixo risco – 52% dos atendimentos.

O termo foi assinado no fim da semana passada pelo secretário de Estado Cipriano Maia, o procurador-geral do Estado Luiz Antônio Marinho e a promotora de justiça Iara Pinheiro, responsável pela promotoria de defesa da saúde pública. Segundo a subcoordenadora de Regulação de Urgência e Emergência, Walkíria Nóbrega, as equipes do Estado estiveram reunidas com representantes de todos os municípios da Grande Natal para acertar os detalhes da regulação.

A primeira etapa de implantação do sistema que regula a porta do Walfredo envolve os 15 municípios da Região Metropolitana. Além da capital, as cidades de Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Ceará-Mirim, São José de Mipibu, Nísia Floresta, Monte Alegre, Vera Cruz, Maxaranguape, Ielmo Marinho, Arês, Goianinha e Bom Jesus deverão encaminhar pacientes para o hospital apenas por meio de regulação.

A secretária de Saúde de Macaíba, Roberta Guilhermina, acredita que a medida será positiva. “Creio que trará benefícios para a população em geral do estado. Aqui em Macaíba talvez não tenha grande diferença porque a gente já fazia isso antes. A gente não manda paciente para lá sem ser regulado. Acho que vai ter uma melhora porque o que está acontecendo hoje no Walfredo não existe, não pode acontecer”, destaca a gestora.

Fonte: Tribuna do Norte

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