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Responsável por barragem que rompeu em Brumadinho, Vale ainda responde na Justiça por desastre em Mariana

Fonte: G1

O rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (25), ocorre pouco mais de três anos após a tragédia em Mariana (MG), na qual 19 pessoas morreram quando um reservatório de rejeitos da Samarco estourou, em 2015. A Vale e a BHP Billiton, controladoras da Samarco, se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre, cujos afetados ainda esperam por reparação.

Os Bombeiros confirmam centenas de desaparecidos no acidente desta sexta. Há mortos ainda não identificados, segundo o governo de Minas Gerais. As buscas continuam.

Em entrevista a jornalistas, o presidente da empresa, Fabio Schvartsman, disse que o restautrante da companhia foi soterrado. No momento do acidente, 427 pessoas trabalhavam no local, entre empregados da própria Vale e terceirizados, mas 279 deles foram resgatados, de acordo com a empresa.

Segundo Schvartsman, 12 milhões de metros cúbicos de lama vazaram no acidente de Brumadinho. O volume é menor do que os cerca de 50 milhões de metros cúbicos que varreram Mariana, segundo o Ibama estimou em entrevista à GloboNews.

Os investidores reagiram negativamente à notícia do envolvimento da Vale em uma nova tragédia. As ações da empresa despencaram na bolsa de Nova York, em dia de pregão fechado na bolsa brasileira em razão do feriado em São Paulo.

Ações contra a Vale

A Vale já é ré uma ação da Justiça Federal desde 2016, ao lado da Samarco e da BHP, em uma ação por homicídios e crimes ambientais. Até o final de 2018, essa ação seguia correndo na comarca de Ponte Nova, na Zona da Mata, sem que os réus tivessem sido julgados.

Há três anos, barragem da Samarco se rompeu e causou um dos maiores desastres ambientais da história — Foto: Fred Loureiro/ Secom-ES

Há três anos, barragem da Samarco se rompeu e causou um dos maiores desastres ambientais da história — Foto: Fred Loureiro/ Secom-ES

Mas essa não é a única ação movida contra a Vale na Justiça após a tragédia em Mariana – que ficou marcado como o pior desastre ambiental já registrado no Brasil. Em outubro de 2018, a Samarco, a Vale e a BHP conseguiram fechar um acordo com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) para o pagamento de indenizações aos familiares das pessoas que morreram e àqueles que perderam suas casas e outras propriedades.

A tragédia de 2015 ocorreu na barragem de Fundão, provocando a morte de 19 pessoas. O rastro de lama destruiu comunidades como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, impactou cidades mineiras e capixabas e devastou o Rio Doce.

Dinheiro para compensar os afetados pela tragédia

Após o desastre em Mariana (MG) BHP, a Vale e a Samarco criaram a Fundação Renova, para custear as reparações aos atingidos pela tragédia. Pelo cronograma, a fundação tem até 10 anos para aplicar mais de R$ 4 bilhões em compensações.

Até novembro de 2018, segundo a entidade, auxílios financeiros e indenizações pagos somaram R$ 1,3 bilhão. Ainda não foi definida por completo a divisão desses recursos, mas parte deles já foram usados, conforme mostrou reportagem do Bom Dia Brasil.

Na última segunda-feira (21), a BHP Billiton aceitou aportar US$ 515 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,9 bilhão) em apoio financeiro adicional à Fundação Renova e à Samarco.

Presidente da Vale pede desculpas

Em vídeo divulgado pela Vale no Youtube, o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, pediu desculpas pelo incidente, que ele mesmo classificou como “indesculpável”. “A Vale inteira vai fazer o que for possível para ajudar as pessoas que foram atingidas”, afirmou.

O executivo disse ainda que, após o desastre de Mariana, há três anos, a empresa fez um esforço tecnológico “imenso” para deixas suas barragens estáveis e seguras.

“Não tenho palavras para descrever o meu sofrimento, a minha enorme tristeza, o meu desaponto com o que acaba de acontecer. É algo acima de qualquer coisa que eu pudesse imaginar”, declarou

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