A cidade serrana de Petrópolis voltou a registrar fortes chuvas nesta sexta-feira (18), três dias após um temporal histórico que deixou ao menos 130 mortos e cobriu bairros inteiros de lama, sob a qual ainda há desaparecidos.
De volta de sua viagem à Rússia e à Hungria, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a cidade nesta sexta-feira e visitou brevemente a área devastada, acompanhado de vários de seus ministros.
“Vimos uma intensa destruição, uma imagem quase de guerra”, disse Bolsonaro em sua chegada, em declarações transmitidas pela televisão.
O presidente se defendeu das críticas pela tragédia, que ocorreu devido a chuvas torrenciais em uma área montanhosa de construções precárias.
“Nós não temos como nos precaver de tudo o que possa acontecer nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A população logicamente tem razão em criticar, mas aqui é uma região bastante acidentada. Infelizmente tivemos outras tragédias aqui. Vamos fazer a nossa parte”, acrescentou.
Nesta antiga cidade imperial, situada ao norte do Rio de Janeiro em uma região serrana, o trabalho de busca não para, apesar de a esperança de encontrar vítimas com vida seja escassa.
O Morro da Oficina, uma das colinas do bairro Alto da Serra, pode ser considerado o epicentro da tragédia. Cerca de 80 casas foram engolidas com força pelas torrentes de barro que arrastaram carros, ônibus com passageiros e tudo ao seu redor.
“Pode ser que ainda tenha mais de 50 pessoas aqui embaixo, desde terça-feira já foram retirados 98” corpos, explicou à AFP Roberto Amaral, coordenador do grupo especializado em desastres naturais do Corpo de Bombeiros Civis, enquanto efetivos e voluntários retiravam escombros e cavavam a lama com pás e enxadas em busca de algum vestígio de vida.
“Gostaríamos de terminar o quanto antes, mas aqui temos que trabalhar até que saia o último”, acrescentou.
Pela manhã, choveu com força e as autoridades municipais voltaram a ativar as sirenes de alerta por riscos de deslizamento. Após o meio-dia, a chuva deu uma trégua.