
Nesta segunda-feira (28), a estátua de Iemanjá instalada na Praia do Meio, na Zona Leste de Natal, amanheceu pintada de preto. Segundo a Secretaria de Cultura de Natal, a intervenção não foi feita pelo artista autor da obra, nem teve autorização para ser realizada. A assessoria da Secult informou ao G1 RN que ainda não sabia se o ato poderia ser um protesto, por exemplo.
A Guarda Municipal disse que o setor de inteligência foi acionado para buscar identificar a autoria do vandalismo e encaminhar o caso às autoridades. A corporação ainda afirmou que viaturas vão intensificar o patrulhamento no local.
A estátua feita pelo escultor Emanuel Câmara, contém três metros e meio de altura, pesa 4 toneladas e foi instalada na Praia do Meio em 2020, no lugar de outra, que sofreu várias ações de vandalismo e intolerância religiosa. De acordo com o município, a Fundação Capitania das Artes (Funcart) deverá agir na restauração da obra.
Considerada a rainha dos mares e dos oceanos, Iemanjá é uma divindade das religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Em entrevista ao G1, José Pedro dos Santos, o Pedrinho de Ogum, que faz parte do Grupo Gama RN – uma das organizações que participaram do debate para implantação da estátua – disse que houve divergências entre membros das religiões de matriz africana após a instalação da obra, por causa da cor da pele da Orixá.
“No candomblé, ela é considerada negra. Na umbanda, ela é considerada branca. Mas aquela estátua tem a ver com a história dos mais velhos, de quem lutou para que ela estivesse ali, e a gente tem que manter o respeito”, disse em entrevista ao G1.
*Com informações do G1 RN