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‘No ritmo do coração’ virou favorito ao Oscar; entenda os motivos

Emilia Jones em cena de 'No ritmo do coração' — Foto: Divulgação

O Oscar 2022 acontece neste domingo (27) e, com menos de uma semana para a maior premiação do cinema americano, “No ritmo do coração” se firma como o favorito na categoria de melhor filme – pelo menos de acordo com os principais “termômetros” antes do evento.

O favoritismo de “No ritmo do coração” vem da vitória em premiações que costumam coincidir com as decisões da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. De cinco prêmios, o filme levou três.

Mas o clima de “já ganhou” não é 100% garantido. “Ataque dos cães” ainda tem seus motivos para sonhar com a grande estatueta da noite.

Os quatro grandes

São quatro organizações principais que podem ser consideradas indicadoras de como pensa a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organizadora do Oscar:

  • PGA: Sindicato dos Produtores da América
  • DGA: Sindicato dos Diretores da América
  • SAG: Sindicato dos Atores
  • WGA: Sindicato dos Roteiristas da América (que premia original e adaptado)

*as siglas vêm do inglês

Sinal de favoritismo

Desde a fundação do SAG, dez filmes ganharam os prêmios principais de produtores e atores no mesmo ano. Destes, apenas dois não ganharam o Oscar de melhor filme – “Apollo 13” (1995) e “Pequena miss Sunshine” (2007).

Juntas, as duas organizações dão boas chances a “No ritmo do coração”, mas uma vitória em apenas uma delas já daria boas chances a qualquer um. Afinal, ambas têm diversos membros em comum com a Academia.

Tanto que o vencedor do PGA acabou levando o Oscar 22 vezes em 32 anos (uma taxa de 68,7% das vezes). Com o anúncio apenas dois dias depois da abertura da votação final da Academia, pode dar o impulso necessário que “No ritmo do coração” precisa para confirmar o favoritismo.

Emilia Jones e Troy Kotsur em cena de 'No ritmo do coração' — Foto: Divulgação

Emilia Jones e Troy Kotsur em cena de ‘No ritmo do coração’ — Foto: Divulgação

Mais do que isso, suas vitórias também dificultam muito a vida dos demais concorrentes. Desde 2005, somente cinco produções ganharam como melhor filme sem uma conquista em pelo menos uma das duas instituições.

Por outro lado, no mesmo período, nunca houve um vencedor da Academia que tivesse ganhado as duas sem um prêmio dos diretores também.

Mais do que isso, ao longo dos 93 anos do Oscar, somente “Conduzindo miss Daisy” (1989) foi o grande vencedor sem ter sido sequer indicado pelos diretores.

Poder do cão

Kodi Smit-McPhee e Benedict Cumberbatch em cena de 'Ataque dos cães' — Foto: Kirsty Griffin/Netflix

Kodi Smit-McPhee e Benedict Cumberbatch em cena de ‘Ataque dos cães’ — Foto: Kirsty Griffin/Netflix

Se os sinais de “No ritmo do coração” são fortes, “Ataque dos cães” ainda tem motivos para acreditar em uma virada.

Afinal, a neozelandesa Jane Campion é franca favorita na categoria de melhor direção após vencer o prêmio do DGA.

Daria até pra dizer que teria motivos a mais que o concorrente direto. Os diretores “acertaram” a escolha da Academia para melhor filme 55 vezes em 73 anos (a impressionante taxa de 75,3%).

Além disso, o ganhador como melhor direção do Oscar levou também a estatueta principal em 66 das 93 edições (70,9%).

No entanto, o faroeste precisa superar alguns tabus mais difíceis.

Desde 1995, apenas quatro produções venceram o Oscar sem uma indicação a melhor elenco do SAG.

E, desde 2005, somente três conseguiram o mesmo com apenas uma vitória nos sindicatos. Deles, só um, “Menina de ouro”, em 2005, o fez com o prêmio dos diretores.

Atores e coadjuvantes

Aunjanue Ellis, Mikayla Lashae Bartholomew, Will Smith, Saniyya Sidney, Demi Singleton e Daniele Lawson em cena de 'King Richard' — Foto: Divulgação

Aunjanue Ellis, Mikayla Lashae Bartholomew, Will Smith, Saniyya Sidney, Demi Singleton e Daniele Lawson em cena de ‘King Richard’ — Foto: Divulgação

Entre as categorias de atuação, não há muito espaço para surpresas considerando o histórico de “previsões” do SAG.

Desde 1994, o escolhido do sindicato a melhor ator só não levou o Oscar em cinco ocasiões. No caso das atrizes, os “erros” são um pouco maiores – já aconteceram seis vezes.

Por isso, Will Smith (“King Richard: Criando campeãs”) e Jessica Chastain (“Os olhos de Tammy Faye”) são favoritos entre os protagonistas – por mais que o SAG tenha errado em dobro em 2021.

Jessica Chastain em 'Os olhos de Tammy Faye' — Foto: Divulgação

Jessica Chastain em ‘Os olhos de Tammy Faye’ — Foto: Divulgação

Entre os coadjuvantes as coisas ficam um pouco mais abertas – mas bem pouco. Até porque, ao contrário dos protagonistas, com eles o SAG vem de dois acertos.

Historicamente, o sindicato não previu o prêmio da academia para atrizes coadjuvantes apenas oito vezes, o que deixa a vitória da e Ariana DeBose (“Amor, sublime amor”) quase certa.

Com os homens, foram nove discordâncias, mas Troy Kotsur (“No ritmo do coração”) continua como favorito.

Ariana DeBose e David Alvarez em cena de 'Amor, sublime amor' — Foto: Divulgação

Ariana DeBose e David Alvarez em cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação

Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin e Daniel Durant em cena de 'No ritmo do coração' — Foto: Divulgação

Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin e Daniel Durant em cena de ‘No ritmo do coração’ — Foto: Divulgação

Fonte: G1

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