Os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia chegam ao 30º dia nesta 6ª feira (25.mar.2022). O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estará na Polônia, onde se encontrará com o líder polaco, Andresz Duda.
Segundo a Casa Branca, Biden deve visitar centros de abrigo a refugiados no país. A Polônia é o principal destino de fugidos da guerra. O país já recebeu desde 24 de fevereiro –início da invasão russa– mais de 2,1 milhões das 3,6 milhões de pessoas que saíram da Ucrânia.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou nesta 6ª que contra-ataques ucranianos e o recuo de tropas russas permitiram “à Ucrânia reocupar cidades e posições defensivas até 35 quilômetros a leste de Kiev”.
No sul do país, “as forças russas ainda estão tentando contornar Mykolaiv enquanto tentam se dirigir para o oeste, em direção a Odessa”. Segundo o órgão britânico, o progresso russo é retardado “por questões logísticas e pela resistência ucraniana”.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informou que Rússia e Ucrânia trocaram prisioneiros pela 1ª vez. Segundo ela, 10 “ocupantes capturados” foram trocados por 10 militares ucranianos.
CÚPULAS
Líderes mundiais estiveram reunidos em Bruxelas, na Bélgica, na 5ª feira (24.mar). Houve cúpulas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), do G7 e do Conselho Europeu. Biden disse ter debatido com aliados a expulsão da Rússia do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo.
O presidente norte-americano também declarou que os EUA estavam abertos para receber até 100 mil refugiados do conflito. Ele anunciou financiamento de US$ 1 bilhão em assistência humanitária para a Ucrânia.
A China se opõe ao banimento. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que a Rússia é “um membro importante” do organismo.
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Mais cedo, os Estados Unidos divulgaram um novo pacote de sanções que bloqueia bens de 328 integrantes da Duma (Câmara Baixa da Rússia) e outras 48 empresas do país.
A Casa Branca também divulgou nota conjunta do G7 com 19 pontos debatendo tópicos como o fim das hostilidades na Ucrânia, o auxílio humanitário nas zonas de conflito, segurança alimentar e a condenação russa na Corte Internacional de Justiça, órgão judiciário da ONU (Organização das Nações Unidas).
Tópicos similares foram levados ao Conselho Europeu, com o governo norte-americano citando também conversas para “reduzir a dependência dos combustíveis fósseis russos” e acelerar a transição energética para matrizes não poluentes com líderes europeus.
OTAN
A Otan pediu ao presidente russo Vladimir Putin que “pare imediatamente a guerra e retire as forças militares da Ucrânia”.
Em declaração conjunta na 5ª feira, chefes de Estado e de governo dos países integrantes da Aliança afirmam que a “escolha do presidente Putin de atacar a Ucrânia é um erro estratégico, com graves consequências para a Rússia e para a sociedade russa”.
Os líderes também prestaram solidariedade ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e aos “bravos cidadãos ucranianos que estão defendendo sua pátria”.
O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, anunciou que reforçará a defesa militar nos países do Leste Europeu que integram a Aliança.
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ZELENSKY
Em mensagem de vídeo postada em sua conta oficial no Facebook, Zelensky compartilhou mensagem enviada ao Conselho Europeu. O presidente ucraniano agradeceu as sanções impostas à Rússia, mas disse ser “um pouco tarde”.
Segundo ele, se as medidas fossem “preventivas”, a guerra poderia ter sido evitada. Zelensky afirmou que a Rússia já destruiu 230 escolas e 155 jardins de infância.
A promotoria da Ucrânia relatou que, até esta 6ª feira, 135 crianças morreram até agora como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia. A informação foi compartilhada pelo Parlamento ucraniano no Twitter.
Em seu pronunciamento diário, Zelensky agradeceu aos ucranianos “por este mês de luta”. O presidente também reconheceu o trabalho das Forças Armadas, da Guarda Nacional, dos guardas de fronteira, de médicos e socorristas.
RUSSOFOBIA
A jornalistas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse na 5ª feira que “as tentativas de apresentar a Rússia como isolada” são inúteis.
“Temos muitos amigos. Basta dar uma olhada em quantos países adotaram sanções e quantos se recusaram a fazê-lo, apesar da imensa pressão dos EUA, que eu descreveria como imprópria para uma grande potência.”
Lavrov declarou que pessoas estão sendo atacadas “apenas por ter passaporte russo”. Segundo ele, “o mundo inteiro foi ordenado” a “capturar” russos.
“Se você é ‘russófobo’, pode fazer qualquer coisa”, falou. “Este princípio é evidente nas atividades diárias das autoridades ucranianas nos últimos 8 anos.”
Fonte: Poder 360