*por Renato Cunha Lima
“Sonífera ilha
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz”
Acho que Lula cantou o sucesso do Titãs para convencer Fátima a ser uma ilha cercada de Alves por todos os lados, na busca de um sossego eleitoral no vale tudo pelo poder.
Em 2018 a governadora Fátima Bezerra venceu as eleições com o discurso anti-oligarquia, na disputa com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.
Em 2016, a então senadora Fátima Bezerra ficou conhecida nacionalmente vociferando a palavra “gopi”, “gopi”, “gopi” em razão do impeachment da Dilma, onde o deputado Walter Alves votou pela abertura do processo e o então senador Garibaldi Alves Filho condenou a ex-presidente a perda do mandato.
Agora em 2022 essa turma está toda reunida, na maior cara-de-pau. – Que beleza, Fátima, Walter Alves e Carlos Eduardo Alves.
Como fica o eleitor que argumentou em 2018, para amigos e familiares, que votaria em Fátima para derrotar os Alves?
Esse “bilhete” já era esperado, ainda me lembro da Dilma falando que para chegar ao poder valia acordo até com o “diabo”.
Quem diria assistir um dia a união de Lula com Alckmin? O vale tudo pelo poder está a todo vapor.
Acontece que esse tiro ao “Alves” que os petistas estão mirando pode sair pela culatra. Não seria a primeira vez que aconteceria uma revolta popular com os “acordões” espúrios, ainda mais este que tem como santo casamenteiro, alguém imoral, como o senador Renan Calheiros.
Na ótica dos Alves uma sensação de desespero total, na realidade eles precisavam pegar qualquer boia ou encontrar um novo porto seguro, ainda mais depois que o deputado Ezequiel Ferreira declinou de uma especulada candidatura ao governo.
Resumindo, náufragos nos próprios erros, em plena decadência, a oligarquia Alves encontrou uma ilha deserta de competência e realizações como abrigo.
A governadora, por sua vez, sabe que sua ilha, com seus nativos Jean-Paul e Antenor Roberto, dificilmente obteria êxito eleitoral, ou seja, antes inimigos, Fátima e Alves agora são companheiros de mãos dadas.
— “Entre nós, as mãos dadas, são tão dadas que não são notadas que são duas” já dizia o poeta.
— Só espero não ser uma ilha na compreensão de mais um “ acordão do vale tudo” na política potiguar. Será que estou louco? Como disse Machado de Assis: “A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão.”
—Espero que não, espero que essa aliança não seja uma sonífera ilha para nosso povo, ainda creio na fibra do povo potiguar que deseja ter um governo decente, que nos traga prosperidade em mares mais honestos e competentes.