antes-visualizacao-noticia

ÁUDIO: Socorrista do Samu RN discute com usuária que não sabia passar detalhes de ocorrência: “Passar mal é muito vago”

Socorrista, que é médica, se irrita com o nervosismo da mulher e pede mais detalhes sobre o estado de saúde da paciente

Caso aconteceu no último dia 25 de abril - Foto: Reprodução

Uma atendente do Samu discutiu por telefone com uma usuária que ligou para o serviço pedindo atendimento de urgência para uma vizinha em Extremoz, município da Grande Natal. A discussão retardou o atendimento à paciente.

Durante a ligação, a socorrista, que é médica, se irrita com o nervosismo da mulher e pede mais detalhes sobre o estado de saúde da paciente, mesmo com a usuária informando repetidas vezes que disse tudo o que sabia.

(Ouça o áudio abaixo).

O caso aconteceu no dia 25 de abril. O áudio da ligação, de aproximadamente 4 minutos, foi obtido pela reportagem do PORTAL DA 98 FM nesta segunda-feira (2).

No telefonema, a usuária explica que uma vizinha de aproximadamente 60 anos – que mora a cerca de 100 metros de sua casa – passou mal e ficou “sem sentidos”. Inicialmente, ela conversa com um atendente que pede mais detalhes e, na ausência de mais explicações, pede para aguardar.

Neste momento, entra a socorrista (médica) pedindo mais explicações. “Boa tarde. O que foi que houve aí em Extremoz?”, diz a atendente.

A usuária volta a dizer que uma vizinha passou mal e que precisa de assistência. A socorrista questiona o motivo de ela estar ligando, já que não está no local. A mulher explica que não há sinal de celular no lugar onde a mulher passou mal.

“Não tem ninguém lá que possa ligar pra gente? A senhora não pode ir até lá? Pra gente liberar socorro adequado, a gente precisa de informações. Passar mal é muito vago. Quando a gente vai ao hospital, a gente precisa ter uma queixa”, disse a médica, notadamente irritada.

A usuária explica que não tem mais informações porque não está no local do acontecimento, mas ressalta que a paciente estava desmaiada no chão e “sem sentidos”.

“Não existe remédio para passar mal. Eu preciso acionar a equipe adequada. A senhora não pode ir até lá, se é a 100 metros de distância?”, afirmou a socorrista.

Diante do desespero da usuária, a médica sobe o tom de voz e afirma: “Pare de falar outras coisas. Responda apenas o que eu estou lhe perguntando, se não eu não vou conseguir…”.

A ligação, neste momento, é interrompida.

Nota da Sesap

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) afirmaram que, no caso citado na reportagem, “não houve negligência no atendimento, ocorreu uma nova ligação posterior no local em que o atendimento foi feito com sucesso e imediatamente”.

O texto complementa que ressaltando que “para o atendimento, o requerente precisa estar próximo à vítima para cumprir com os protocolos, devido aos inúmeros trotes recebidos pelo Samu durante um mesmo dia e garantir assim a assistência adequada”.

A Sesap não informou se vai aplicar nenhuma punição à socorrista.

Ouça a gravação:

fim-visualizacao-noticia