Por Renato Cunha Lima
Quem não conhece um ditado popular, aquelas frases que escutamos desde criança e vira e mexe sapecamos para retratar uma situação cotidiana?
O brasileiro adora os ditados populares, que trazem um senso comum, lições reconhecidas por todos, dentre os quais, um que corre na boca pequena, nas redes socais e nos grupos de WhatsApp, com uma adaptação ao “antes tarde do que nunca”.
A governadora Fátima Bezerra fez de tudo e um tanto para evitar uma candidatura de oposição competitiva para as eleições deste ano, onde postulará a reeleição.
Para tanto, Fátima rasgou seu discurso contra as oligarquias, sua repetitiva fala sobre o “golpe”, no impeachment da presidente Dilma, quando buscou apoio da família Alves e do MDB.
Como também, Fátima foi espertíssima em atrair outro Alves, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, seu adversário nas eleições de 2018 que vinha aparecendo bem nas pesquisas para a disputa do governo estadual.
Não só isso, com a pré-candidatura ao senado de Carlos Eduardo Alves, com as bençãos petistas, a governadora Fátima conseguiu evitar a renúncia e respectivamente a candidatura do atual prefeito de Natal, Álvaro Dias, que tem como sua vice-prefeita, a prima do debutante aliado, a advogada Aíla Ramalho Cortez.
Com esse cenário, apenas o ex-ministro Rogério Marinho despontava no bloco oposicionista com nome posto para a disputa da senatória.
Durante um bom tempo, com articulações arrastadas, o nome do presidente da Assembléia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Sousa foi especulado sem a “fumaça branca”, para efetivar finalmente o candidato a governador de oposição.
Na rodas políticas começaram a sugestionar a possibilidade da governadora ser reeleita por W.O, apesar do seu alto índice de rejeição registrados nas pesquisas e já havia gente dizendo que faltava um corajoso na oposição.
Eis que surge o nome do ex-deputado estadual e ex-vice-governador Fábio Dantas, que sempre fez oposição ao governo Fátima e estava ali, na moita, na expectativa para ver seu nome lembrado e alçado como o nome das oposições na disputa do governo estadual.
— Habemus candidatus! Comemorou a oposição, mas qual o tamanho eleitoral da candidatura de Fábio Dantas? Fátima conseguiu mesmo evitar uma candidatura forte de oposição?
As respostas começam aparecer com a pesquisa Band/Seta divulgada ontem, mostrando que apesar das movimentações e tentativas de minar a oposição, a governadora segue estagnada nos 34% das intenções de voto, seguida exatamente por Fábio Dantas com 10% e tecnicamente empatado com o senador Styvenson Valentim com 8%.
Outros dois números chamam atenção na pesquisa Band/Seta, os incríveis 28,3% dos eleitores que dizem não votar em nenhum dos nomes e 18,1% de indecisos, ou seja, 46,4% do eleitorado, o que sugere um potencial enorme de crescimento para os candidatos de oposição.
Ainda mais para Fábio Dantas que chegou agora , antes tarde do que nunca e já pontua em segundo lugar nas pesquisas.
Enfim, Fátima é a mais conhecida, a mais rejeitada e tem dificuldade de aumentar sua votação. Fábio, Styvenson, Haroldo e demais candidatos tem terreno para avançar. Quem chegar no segundo turno terá chances reais de vencer. Aguardemos.
— Que venham os bons debates sobre os problemas do Rio Grande do Norte, com mais um ditado como recado: “esperteza demais espanta felicidade”!