O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta quinta-feira (23), o procurador Demétrius Oliveira de Macedo por tentativa de feminicídio no caso do espancamento da procuradora-geral de Registro Gabriela Samadello Monteiro de Barros. Demetrius foi preso na manhã desta quinta (23), em uma clínica de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
“O ataque contra a incolumidade física da vítima e a gravidade dos ferimentos, estampada nas fotos da ofendida, atingida primordialmente no rosto e cabeça, região vital, não deixam dúvidas que Demétrius buscava a morte da vítima, que apenas não ocorreu por circunstâncias alheias a sua vontade, qual seja, a interferência de terceiras pessoas presentes na repartição pública, ambiente de trabalho de ambos”, registra a denúncia.
A promotoria cita ainda a qualificadora de recurso que dificultou a defesa da vítima, em razão de Demétrius ter jogado a chefe no chão e continuar a golpeá-la “feroz e continuamente, aproveitando possuir porte físico muito superior”.
A denúncia é assinada pelos promotores, que narram que Demétrius com “evidente intento homicida, tentou matar” Gabriela, “por intermédio de violentos golpes desferidos principalmente contra a cabeça” da procuradora, “apenas não se consumando o delito por circunstâncias alheias a vontade do agente”.
A Promotoria ainda imputa ao procurador suposta coação no curso do processo e injúria. A primeira está ligada ao fato de o procurador, segundo o MP, ter usado de violência contra a procuradora-geral, “pessoa que funcionava ou era chamada a intervir em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio”. Já a acusação de injúria tem relação com as ofensas de Demétrius à dignidade e o decoro de Gabriela em razão das suas funções, “ao chamá-la de ‘puta’, ‘vagabunda’, dentre outros nomes de baixo calão”.
O MP ainda requereu a manutenção da prisão preventiva do procurador, decretada na noite desta quarta-feira, 22, pelo juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, atendendo a um pedido do delegado Daniel Vaz Rocha, do 1º Distrito Policial da cidade.
Ao representar contra o Demetrius, Rocha sustentou que Demetrius “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública”.
O pedido de prisão preventiva foi fundamentado com fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral, diz o governo do estado.
Partiu do ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, a requisição para prender o promotor municipal. Ele disse que a medida é necessária para “salvaguardar o direito da vítima”.
Fonte: Estadão