O deputado estadual licenciado Kelps Lima (Solidariedade) decidiu antecipar seu retorno à Assembleia Legislativa. O parlamentar, que está afastado do mandato desde junho, tinha pedido uma licença de 120 dias (quatro meses) para se dedicar à campanha para deputado federal, mas vai voltar no próximo mês. Com isso, o deputado Michael Diniz (Solidariedade) voltará à primeira suplência.
“Dia 6 de agosto eu estou voltando”, disse, em entrevista à 96 FM.
Segundo Kelps, um dos motivos para o seu retorno foi a decisão da Procuradoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Norte de arquivar uma investigação sobre a compra frustrada de respiradores durante a pandemia de Covid-19. O deputado se debruçou sobre a apuração do caso e chegou a presidir a CPI aberta na Assembleia sobre o assunto.
“Esse é um dos temas, o do Consórcio Nordeste, que me faz querer voltar antes do prazo. Eu decidi voltar antes”, afirmou o parlamentar.
O deputado disse ter ficado “frustrado” com a decisão do Ministério Público de não apresentar nenhuma ação contra a governadora Fátima Bezerra (PT). “A gente vê algumas coisas acontecerem. A gente começa a ser cobrado pela sociedade, e eu confesso a extrema frustração de sexta-feira para cá com o arquivamento dessa investigação”, pontuou.
Durante o período em que Kelps Lima esteve afastado, o suplente Michael Diniz se envolveu em pelo menos duas polêmicas. Em uma delas, o deputado usou a tribuna da Assembleia para proferir uma fala homofóbica, ao dizer que pessoas do movimento LGBT+ deveriam se submeter a tratamento psiquiátrico. Por causa da declaração, ele foi denunciado ao Conselho de Ética da Casa.
Além disso, Michael Diniz polemizou ao posar na frente do gabinete da deputada estadual Isolda Dantas (PT) simulando uma “arminha” nas mãos. A divulgação da imagem ocorreu na mesma semana em que um dirigente do PT foi morto por um policial bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR) durante sua festa de 50 anos em que a temática era o PT.
À 96 FM, Kelps negou que a postura do suplente tenha motivado seu retorno. “Michael está defendendo o que ele acredita. É um rapaz jovem, que erra na mão em um pronunciamento ou outro. Não sou da turma do cancelamento. Acho que você não teve tachar as pessoas de ‘criminoso’, rotular a pessoa porque ela teve uma palavra infeliz ou porque eu discordo dela”, afirmou Kelps.