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Embaixador alemão repudia gesto nazista em ato: ‘Chocante e criminoso’

MP apura gesto semelhante ao nazista feito por bolsonaristas em ato em Santa Catarina. Foto: Reprodução

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, afirmou nesta quinta-feira (3) que o uso de gestos nazistas em manifestação é “chocante” e um “atentado à democracia”. Em publicações em uma rede social, ele disse ainda que o “gesto desrespeita a memória das vítimas do nazismo e os horrores causados por ele”.

“O uso de símbolos nazistas e fascistas por ‘manifestantes’ claramente de extrema direita é profundamente chocante. Apologia ao nazismo é crime!”, escreveu.
“Não se trata de liberdade de expressão, mas de um ataque à democracia e ao Estado de Direito no Brasil”, continuou.

O embaixador não diz a qual episódio se refere. Na quarta-feira (2), vídeos que viralizaram em redes sociais mostram gestos similares a uma saudação nazista durante protesto contra resultado das eleições, em Santa Catarina.

O Ministério Público do estado abriu uma investigação e diz que não houve intenção de apologia ao nazismo no caso.

Caso em SC
As imagens que se tornaram virais na internet mostram manifestantes em São Miguel do Oeste (SC), na quarta-feira (2). O ato ocorria em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército na cidade.

O grupo repetia um gesto semelhante à saudação nazista “Sieg Heil”, uma espécie de reverência. O gesto consiste na mão estendida e foi repetido por centenas de pessoas, homens e mulheres, vestidos de verde e amarelo, enquanto cantavam o Hino Nacional.

Ainda na quarta, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que abriu uma investigação para apurar a saudação. Nesta quinta (3), o órgão disse que uma apuração preliminar apontou que não houve intenção de apologia ao nazismo no ato e que não há evidências de prática de crime.

O MPSC afirma que identificou manifestantes, analisou imagens e ouviu testemunhas. De acordo com a investigação, o gesto foi feito pelos manifestantes após serem conclamados pelo locutor do evento, empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de “emanar energias positivas”.

O relato foi confirmado por um policial que acompanhava a manifestação, bem como por diversos repórteres que estavam no evento.

Apesar de entender que não houve apologia ao nazismo, o Gaeco afirmou que a atitude é “absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional”.

O material apurado será incluído em um relatório, que deve ser enviado à sede do MPSC, para o eventual aprofundamento das investigações.

Fonte: g1

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