O ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (18) em relação ao ataque aos Três Poderes.
Recaem sobre ele suspeitas de ser conivente e omisso diante dos atos criminosos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro, ocasião em que os criminosos depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Torres foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do DF no dia seguinte, e está preso preventivamente desde o último sábado (14).
De acordo com informações do analista de política da CNN Gustavo Uribe, autoridades das forças de segurança não descartam a realização de uma acareação entre Torres e o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Aliados de Ibaneis Rocha estariam preocupados com o depoimento do ex-ministro. A estratégia de defesa do governador afastado se baseia na argumentação de que ele não teria tido acesso a todas as informações que Torres saberia sobre a possibilidade de atentados criminosos nas sedes dos Três Poderes.
O entorno do governador afastado teme que Torres apresente alguma prova que possa contradizer o depoimento de Rocha para a PF. O melhor cenário, para aliados de Ibaneis Rocha, seria a palavra de um contra o outro, por avaliarem que a credibilidade do ex-ministro com a Justiça esteja mais baixa, principalmente após a descoberta da minuta golpista em sua casa.
A Polícia Federal encontrou na casa de Anderson Torres uma minuta (proposta) para um decreto para que o Bolsonaro instaurasse “estado de defesa”, visando alterar o resultado das eleições presidenciais.
A prisão de Torres
Anderson Torres foi preso pela Polícia Federal (PF) no último sábado (14) e está no 4º batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do DF.
O mandado de prisão preventiva contra Torres foi decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com informações da CNN