Mais de 1.000 atendimentos emergenciais a indígenas Yanomami em estado grave de saúde já foram realizados ao longo dos últimos dias, segundo o secretário nacional de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba. Conforme o Governo, os principais problemas que assolam os indígenas da região são malária e desnutrição grave.
A crise humanitária envolvendo os yanomamis veio à tona no dia 20 deste mês, quando a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, fez posts sobre a grave situação no território.
De acordo com a ministra, 570 indígenas yanomami morreram de desnutrição ao longo dos últimos quatro anos, período do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No fim da semana passada, após essas denúncias de “situações absurdas de desnutrição”, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) instituiu uma força-tarefa atuante no estado de Roraima (RR) para tentar resolver a questão. Também foi assinada uma portaria do Ministério da Saúde, declarando emergência em Saúde Pública tendo em vista a necessidade de ações emergenciais no combate à crise.
Segundo a nota do governo, começou nesta terça-feira (24) a estruturação do Hospital de Campanha da Aeronáutica, que tem como objetivo auxiliar no atendimento dos mais de 700 pacientes sendo atendidos pela Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami no momento.
Ricardo Tapeba considera que o principal causador da crise humanitária em território Yanomami é o garimpo ilegal. “Isso tem matado os rios, matado os peixes e as comunidade acabam ficando reféns desse cenário de guerra, de horror, de medo e de morte”, disse.
Segundo a prefeitura da capital de Roraima, Boa Vista, o único hospital do estado que atende crianças de idade entre um mês e 13 anos registrou, na última semana, 29 internações de crianças Yanomami. Ao todo, são 42 crianças yanomami internadas no Hospital da Criança Santo Antônio.
Fonte: CNN