No Senado, tomarão posse hoje 27 senadores eleitos em outubro para um mandato de oito anos. O número corresponde a um terço do Senado. No Rio Grande do Norte, tomará posse Rogério Marinho (PL), que ocupará a vaga conquistada em 2014 por Fátima Bezerra (PT), atual governadora. Rogério vai se juntar a Styvenson Valentim (Podemos) e Zenaide Maia (PSD).
A cerimônia de posse no Senado ocorre às 15h, no Plenário da Casa.
Após a posse dos novos senadores, acontecerá a eleição para definir a Mesa Diretora para o biênio 2023/2024. Até agora, são três candidatos: o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disputa a reeleição; Rogério Marinho (PL-RN), com apoio da bancada bolsonarista; e Eduardo Girão (Podemos-CE), que corre por fora.
Nesta terça-feira, mais um partido declarou apoio a Pacheco: o MDB. No dia do pleito, o partido será a terceira maior bancada do Senado, com 10 senadores. Apenas uma senadora da legenda, Ivete da Silveira (MDB-SC), disse que vai escolher Rogério Marinho.
A expectativa é de que os outros nove senadores da sigla votem em Pacheco.
Como a votação é secreta, por mais que um partido feche questão em torno do nome de um candidato, traições costumam acontecer.
Se Pacheco vencer, o acordo é para que Veneziano Vital do Rêgo (PB), do MDB, continue na primeira vice-presidência. A primeira- secretaria deve ficar com Rogério Carvalho (SE), do PT, sigla que também pleiteia alguma comissão permanente.
O líder do partido, Eduardo Braga (AM), pontuou que a bancada está “unida”. Para ele, o atual presidente do Senado tem “compromisso com a democracia” e com “programas de geração de emprego e renda”.
DISSIDÊNCIAS NO PSD. Apesar de ter recebido o apoio do MDB, Pacheco viu nesta terça-feira três senadores do seu próprio partido, o PSD, anunciarem voto em Rogério Marinho: Nelsinho Trad (PSD-MS), que era líder da bancada, Lucas Barreto (PSD-AP) e Dr. Samuel Araújo (PSD-RO). O PSD é a maior bancada da Casa, com 15 senadores.
Uma liderança do PL disse, nos bastidores, que espera 7 votos do partido do Pacheco. Contudo, a sigla ainda faz parte da base do governo, que apoia o atual presidente do Senado.
Na segunda (30), o líder do partido e principal cabo eleitoral de Pacheco, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou independência da bancada.
Isso aconteceu porque ao menos dois senadores da legenda devem votar em Marinho. Os votos contra Rodrigo Pacheco no União Brasil serão dos senadores Alan Rick (AC) e Sérgio Moro (PR), já confirmados.
Principal articulador da reeleição do mineiro, Alcolumbre é motivo de insatisfação dentro do partido de Pacheco. Senadores do PSD querem mais espaço na Mesa e nas comissões e se sentem preteridos nas negociações de Alcolumbre.
Alcolumbre, que foi aliado de Bolsonaro, já estabeleceu uma boa relação com o presidente Lula, e conseguiu indicar três aliados para ministérios.
Formalmente, Pacheco tem apoio dos seguintes partidos: PSD (15 senadores), MDB (10), PT (9), PDT (3), PSB (4) e Rede (1). No total, são 42 senadores, incluindo a potiguar Zenaide Maia. Mas o atual presidente não terá apoio integral das legendas.
Rogério Marinho, por sua vez, tem os apoios de PL (13 senadores), PP (6) e Republicanos (4). O potiguar larga, portanto, com 23 senadores na base. Desses, apenas um voto é dúvida: Romário (PL-RJ).
Estão independentes: União Brasil, com 9 senadores, Podemos (4) e PSDB (3). Desses 16, pelo menos 4 já declararam voto em Rogério Marinho. Um dos votos do Podemos é o do potiguar Styvenson Valentim, que disse estar em dúvida se votará em Rogério Marinho ou Eduardo Girão.