O Yahoo planeja demitir 20% da força de trabalho da empresa, de acordo com reportagem do portal Axios, publicada na última quinta-feira, 9. No total, o número representa mais de 1,6 mil empregados a nível global.
O corte já atingiu 12% dos funcionários do Yahoo, e espera-se que os 8% restantes sejam demitidos no segundo semestre deste ano, diz o Axios.
As demissões são focadas principalmente na área de publicidade digital, na qual o Yahoo faz competição com o Google e Meta (companhia-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp). A companhia fez uma série de aquisições de adtechs (empresas de tecnologia focadas em anúncios) entre 2015 e 2017, em esforço para competir com as duas Big Techs.
Segundo o Yahoo, os cortes são para buscar maior eficiência e focar em áreas rentáveis da empresa. Ao Axios, o presidente executivo Jim Lanzone afirma que as demissões não são por necessidade financeira: “Esses movimentos são para simplificar e reforçar as partes boas do nosso negócio, enquanto aposentamos o restante”, disse.
Demissões na tecnologia
Cortes em massa nas empresas de tecnologia, que incluem startups a Big Techs, têm sido rotineiro no mercado desde 2022. Segundo levantamento do Estadão, somente entre as grandes companhias americanas, as demissões atingiram mais de 87 mil pessoas.
As demissões somam-se com outras diversas empresas de tecnologia que têm cortado posições de trabalho no mercado. Somente nos últimos meses, A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, demitiu cerca de 11 mil pessoas, enquanto a Microsoft anunciou que estava eliminando outras 10 mil. Na Amazon, em duas rodadas de cortes, o total de demitidos chegou a 28 mil em menos de três meses.
O Google, que anunciou um corte de 12 mil funcionários no mundo inteiro, começou a notificar trabalhadores brasileiros nesta sexta-feira, 10. Segundo apurou o Estadão, as demissões são parte do plano global da companhia e atingiu profissionais que trabalhavam com produtos financeiros, YouTube, marketing e publicidade.
Com a perspectiva de piora na economia mundial, essas empresas desaceleram investimentos em áreas consideradas pouco eficientes, dobrando a aposta em setores estratégicos e mais lucrativos.
Esse mesmo cenário de degradação econômica atinge também as pequenas empresas de tecnologia. Startups enfrentam escassez de capital em todo o mundo, já que a alta dos juros torna os investidores mais avesso à tomada de risco — cenário que impacta diretamente o mercado de tecnologia.
Fonte: Estadão