Pelo menos três empresas deverão concorrer no novo leilão do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. O leilão está previsto para ocorrer nesta sexta-feira 19, a partir das 10h, na Bolsa de Valores de São Paulo, e vai definir quem vai substituir o consórcio Inframérica na gestão do terminal.
A concorrência terá como critério o maior valor de outorga inicial, que parte de R$ 226,9 milhões por um contrato de 30 anos, que também tem previsão de investimentos de R$ 308,9 milhões em obras.
“Claro que você não pode prever antecipadamente da rodada e muito menos comentar, mas pelo menos três diferentes me disseram que vão participar. Agora, ganhar, perder… Nesse caso também é uma novidade (…) A verdade é que a gente só precisa de um (lance). Até porque Congonhas foi vendido para um só também”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, em entrevista ao Estadão.
No início de fevereiro, representantes de operadores como Fraport, Vinci, Zurich, CCR, Inframerica, Aena participaram de um roadshow promovido pelo Governo Federal para apresentar o projeto do aeroporto de São Gonçalo a potenciais interessados.
Especialistas avaliam que, pelo perfil do aeroporto, faria sentido Aena e Zurich disputarem pelo ativo. A suíça Zurich opera os terminais de Florianópolis, Macaé e Vitória. Para a espanhola Aena, o negócio teria ainda mais sinergia pela localização, já que a empresa administra seis aeroportos do Nordeste. A avaliação é que São Gonçalo também poderia despertar o interesse da XP Infra, uma vez que o projeto não exige capex alto em obras, com baixo risco de engenharia.
O aeroporto de São Gonçalo do Amarante foi o primeiro do Brasil a ser concedido à iniciativa privada, em 2011, fazendo parte do primeiro leilão de aeroportos. O terminal foi inaugurado em 2014. O novo leilão se dará pela maior contribuição inicial ofertada para a ampliação, manutenção e exploração do aeroporto pelo prazo de 30 anos.
O aeroporto, localizado na região metropolitana de Natal, tem capacidade para receber 6 milhões de passageiros por ano, possui oito pontes de embarque e opera voos nacionais e internacionais. O terminal passou por um processo de devolução amigável feita pela Inframerica, administradora do aeroporto, que anunciou o pedido em 2020.
O contrato com a Inframerica teve início em 2012, por um prazo de 28 anos, e o terminal foi construído do zero, como parte das obras previstas para a Copa de 2014. A empresa também é responsável pela administração do aeroporto de Brasília.
Para devolver o aeroporto potiguar, a Inframérica alegou que a movimentação de passageiros ficou aquém do projetado, e que a rigidez do contrato não permitia a revisão das regras. Um contrato mais flexível vai garantir uma melhor operação para a nova concessionária.
Segundo a atual concessionária, o terminal do Rio Grande do Norte também se destaca como um dos principais exportadores de cargas da região Nordeste e possui 210 mil m² de área de pátio de aeronaves.
O aeroporto de Natal encerrou 2022 com um fluxo de 2,2 milhões de passageiros e 18.179 pousos e decolagens. O movimento representa um aumento de 24,6% da movimentação de pessoas, se comparado a 2021.
A empresa também afirmou que os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental feitos no início da concessão apontavam uma expectativa de 4,3 milhões de passageiros em 2019. “Contudo, o fluxo registrado foi de 2,3 milhões, cerca da metade do que era previsto nos estudos de viabilidade”, disse.
Fonte: Agora RN