O médico Gabriel Rossi, de 29 anos, achado morto com os pés e mãos amarrados, foi assassinado por cobrar uma dívida de R$ 500 mil de um grupo de estelionatários, em Dourados (MS), de acordo com a Polícia Civil. Gabriel também fazia parte do grupo que aplicava golpes financeiros, segundo as investigações policiais.
Uma das pessoas que participava do grupo de estelionatários devia R$ 500 mil ao médico e o matou para não pagar a dívida, segundo as investigações. Bruna Nathália de Paiva, presa como mandante do crime nessa segunda (7), era a devedora. As informações são do delegado Erasmo Cubas.
Segundo o delegado, Gabriel teria cobrado a dívida de Bruna, que se sentiu ameaçada e encomendou a morte do médico.
“Para se livrar da dívida, a suspeita contratou três homens para matar o médico. A mulher teria pagado R$ 150 mil ao trio pelo crime”, disse Cubas nesta terça-feira (8).
Celular de médico foi usado para golpes após morte
Suposta troca de mensagens entre médico e amigo — Foto: Reprodução
De acordo com as apurações da Serviço de Investigações Gerais (SIG), de Dourados, Bruna ficou com o celular de Gabriel após a morte dele. Em troca de mensagens, a suspeita teria se passado pelo médico e solicitado dinheiro a amigos da vítima. Apenas neste momento, a mulher conseguiu R$ 2,5 mil.
Além de Bruna, a mandante, outras três pessoas foram presas, no interior de Minas Gerais, como suspeitas da morte do médico. Os presos chegaram em Dourados (MS), na madrugada desta terça-feira (8), escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Prisão dos suspeitos
Suspeitos presos por assassinato do médico encontrado morto amarrado chegam — Foto: Divulgação
Os quatro presos suspeitos de assassinarem o médico Gabriel Paschoal Rossi chegaram a Dourados na madrugada desta terça-feira (8). Eles foram localizados em Pará de Minas (MG) e transferidos para o município sul-mato-grossense para prestarem depoimento.
De acordo com a polícia, foram presos três homens e a mulher. Segundo a polícia, as funções no crime e os presos são:
- Bruna Nathalia de Paiva (mandante do crime);
- Gustavo Kenedi Teixeira (capanga);
- Keven Rangel Barbosa (capanga);
- Guilherme Augusto Santana (capanga).
A morte
Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, foi encontrado morto em uma casa de Dourados (MS) – a 232 quilômetros de Campo Grande – em 3 de agosto.
O médico, que estava desaparecido há uma semana, foi encontrado com os pés e mãos amarrados em cima de uma cama. Exame necroscópico revelou que a morte foi por asfixia e provável estrangulamento.
Ele morava em um apartamento em Dourados, mas a casa em que ele foi encontrado morto era de aluguel de temporada. O imóvel foi alugado através de um aplicativo na semana passada, por um período de 15 dias.
O proprietário informou que na noite do dia 27 de julho, dois homens chegaram a pé na casa para pegar as chaves e iniciar a locação.
Mensagens enviadas do celular de Gabriel mostram uma pessoa relatando que estava sendo ameaçada e pedindo dinheiro para amigos do médico. De acordo com a Polícia Civil, o aparelho continuou sendo usado após ele desaparecer, no dia 26 de julho, em Dourados (MS).
Na quinta-feira, uma mulher que mora ao lado da residência onde estava o corpo, ligou para a polícia e relatou que o carro do médico estava há cerca de uma semana estacionado em frente ao local. De acordo com a moradora, moscas começaram a invadir a casa dela, além dela sentir um mau odor vindo da direção da casa vizinha.
Segundo a polícia, o corpo já estava em decomposição, o que indica que a morte ocorreu há vários dias. Gabriel ainda usava o uniforme que os médicos utilizam no Hospital da Cassems, conhecido como scrubs hospitalar.
Natural do Rio Grande do Sul, Gabriel se formou em março deste ano pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Ele trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Cassems e no Hospital da Vida.
Fonte: g1