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Caso Jeff Machado: Justiça marca primeira audiência de instrução de acusados da morte do ator

Ator Jeff Machado, Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro marcou para o dia 27 de outubro a primeira audiência de instrução do produtor de TV Bruno Rodrigues e do garoto de programa Jeander Vinicius, acusados da morte do ator Jeff Machado, em 23 de janeiro deste ano. Segundo o advogado da família, Jairo Guimarães, a audiência de instrução é uma das últimas etapas processuais antes da decisão do juiz sobre encaminhar ou não o caso a júri popular. Nessa primeira etapa, serão ouvidas as testemunhas de acusação, como a mãe do ator, Maria das Dores Estevam. Já os acusados estarão acompanhados dos advogados de defesa João Maia e Alexandre Porto.

A audiência será no Tribunal do Júri da Comarca da Capital, no Centro do Rio. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu, em julho, o inquérito que investigou o desaparecimento, o assassinato e a ocultação de cadáver do ator Jefferson Machado, conhecido como Jeff. Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinicius da Silva Braga, que estão presos, foram indiciados e denunciados como autores do crime.

Jeff foi morto em 23 de janeiro deste ano. Quatro dias depois foi feito o registro do desaparecimento do ator, após parentes e amigos estranharem a falta de informações sobre ele e também o fato de contatos terem cessado. As investigações começaram, e então os suspeitos foram identificados e tiveram a prisão decretada pela Justiça.

Jeander Vinicius da Silva Braga foi preso no dia 2 de junho, no bairro de Santíssimo, Zona Norte do Rio. Já o produtor Bruno de Souza Rodrigues foi detido durante ação conjunta de agentes da DDPA, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal, na Zona Sul da capital, no dia 15 de junho.

No dia 22 de setembro, a defesa da família de Jeff Machado enviou à Justiça um pedido de indenização por danos materiais pelos depósitos bancários feitos ao produtor Bruno Rodrigues, acusado de ter matado o ator, antes do crime. Segundo o advogado Jairo Magalhães, que representa a mãe do artista, Maria das Dores, a soma das transações bancárias e dos bens furtados da residência após a sua morte, entre outubro de 2019 e agosto de 2023, somam mais de R$ 74 mil.

A polícia concluiu que Jeff Machado foi morto por motivo fútil. Segundo as investigações, a vítima foi dopada, asfixiada e estrangulada com um fio de telefone, crime que aconteceu na casa onde morava, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. O corpo foi colocado em um baú do próprio ator, que foi enterrado e concretado nos fundos de um imóvel no bairro Campo Grande, também na Zona Oeste, alugado por Bruno, em dezembro de 2022, exclusivamente para ocultar o cadáver.

As investigações revelaram que Bruno havia prometido para a vítima um papel em uma novela. O ator fez pagamentos, no valor total de R$ 25 mil, para conseguir a vaga e não percebeu que estava sendo enganado. De acordo com o inquérito, após constatar que não conseguiria continuar com a farsa e seguir tendo vantagens financeiras, Bruno decidiu matar Jeff.

As investigações revelaram que Jeander transportou o corpo do ator até o imóvel alugado. Ele foi o responsável, segundo o inquérito, por abrir o buraco onde foi depositado o baú com o cadáver da vítima.

A DDPA concluiu que Bruno tentou vender o carro de Jeff e fez compras com cartões da vítima, totalizando R$ 7 mil. Os autores também furtaram telefones, notebook, jaquetas de couro e a televisão do ator.

Cães abandonados
Também após a morte, os oito cachorros do ator foram encaminhados para um centro espírita, no bairro Palmares, onde permaneceram em condições de maus-tratos físicos e psicológicos. Depois, foram abandonados na rua, o que também chamou a atenção de parentes e amigos de Jeff, já que ele tinha extremo cuidados com os animais. O responsável pelo centro espírita foi indiciado pelo crime de maus-tratos.

Suspeito se passou pelo ator
Para encobrir o assassinato, Bruno manteve contato com a mãe de Jeff e amigos dele, por meio do telefone do ator, de acordo com a DDPA. Ele fingia ser a vítima, revelaram as investigações, que apontaram ainda que o suspeito também utilizou as redes sociais de Jeff para fazer postagens falsas.

Segundo a DDPA, Bruno de Souza Rodrigues foi indiciado por oito crimes: homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; estelionato e tentativa de estelionato; furto; invasão de dispositivo informático; maus-tratos a animais e falsa identidade.

Já Jeander Vinicius da Silva Braga foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e maus-tratos a animais.

Fonte: O Globo

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