O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) discutiram e foram separados por seguranças no plenário da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (19/12). O motivo da briga foi um suposto abraço entre Mourão e Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O suposto contato entre Mourão e Dino teria ocorrido em 13 de dezembro, durante a sabatina de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em razão de sua indicação ao STF.
O abraço foi criticado em vídeo publicado nas redes sociais de Gilvan. Nesta terça, no plenário, o ex-vice-presidente teria procurado o deputado pra conversar sobre o assunto. “Eu falei que votava não. Aí você faz um vídeo que não tem nada a ver”, disse Mourão.
Gilvan, então, rebateu: “Ele fala que assaltante de banco é pior que bolsonarista. Você foi vice-presidente do Bolsonaro, não era nem para olhar pra cara dele”.
O deputado levantou o dedo contra Mourão e o senador reagiu: “Você não me conhece, você podia ter vindo falar comigo. Abaixa esse dedo. Aqui é braço”.
Depois, Gilvan reagiu: “Você vai fazer o que? Você acha que tenho medo de você porque você é general? Tinha que ter honra”. Eles foram separados por seguranças que estavam no local.
Entenda
Em 14 de dezembro, um dia após a sabatina de Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Gilvan publicou um vídeo nas redes sociais criticando “aliados” de Bolsonaro que conversaram com Dino durante a sessão.
Ele citou o caso de Sergio Moro (União-PR), que foi flagrado abraçando o ministro, mas também pontuou que Mourão teria conversado com Dino.
“Às 11h34 o senador que foi vice-presidente do governo Bolsonaro, que o Flávio Dino disse que pior é pior que assaltante de banco, o senador general Mourão foi lá, abraçou, beijou e riu com Flávio Dino. Não foi só Sergio Moro, não. Estou com nojo, asco do Congresso Nacional. Vamos precisar lutar muito para mudar isso aqui, porque tem muita gente aqui é um bando de prostituta”, disse Gilvan.
O que dizem os parlamentares
Nesta terça, após a briga no plenário, Gilvan falou que foi procurado por Mourão para falar sobre o assunto. “Se realmente não tivesse segurança não sei o que poderia ter acontecido. Eu estava dentro do meu local de trabalho na Câmara”, afirmou.
O deputado também disse estar “de saco cheio” de “traidores”. “Gente que se elege na nossa base da direita, na nossa base de Bolsonaro, e vira as costas. Estou de saco cheio. Ele falou que eu estava mentindo, que ele não abraçou”, disse Gilvan.
A equipe do senador Hamilton Mourão ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas o espaço segue aberto.
Foto: Metrópoles