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Justiça da Suíça anula condenação de Cuca por estupro

Técnico Cuca. Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

O Tribunal Regional do distrito de Berna-Mittelland, na Suíça, decidiu anular a sentença que condenava Cuca por estupro de uma menor de idade, episódio ocorrido no país durante excursão do Grêmio à Europa em 1987.

A juíza Bettina Bochsler acatou argumentação da defesa do treinador de que Cuca foi condenado à época sem representação legal. Por isso, no entendimento de seus advogados, teria direito a um novo julgamento.

Segundo as autoridades suíças, porém, isso não seria possível pois o crime já estava prescrito. O Ministério Público, então, sugeriu a anulação da pena e o fim do processo.

O encerramento do processo não significa que Cuca tenha sido inocentado, mas sim que o caso foi concluído por ausência de representação legal. Por irregularidade no julgamento, a juíza Bettina Boschler determinou uma indenização do Estado suíço a Cuca no valor de 9.500 francos, o equivalente a R$ 55 mil.

“Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos 8 meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus”, disse Cuca, por meio de sua assessoria.

O caso ganhou grande repercussão midiática no ano passado, quando o técnico foi contratado pelo Corinthians. Imediatamente após o anúncio, em abril, houve um forte movimento de protesto à contratação do treinador por parte de torcedores corintianos.

Em sua primeira entrevista coletiva como técnico do Timão, Cuca se disse inocente. Do lado de fora do CT alvinegro, cerca de 200 torcedores realizaram uma manifestação contra a chegada do profissional ao clube.

A passagem de Cuca pelo Corinthians durou apenas seis dias e duas partidas (derrota para o Goiás, pelo Brasileirão, e vitória sobre o Remo, na Copa do Brasil). Ele chegou a um acordo amigável com a diretoria corintiana pelo fim do contrato, que era válido por um ano. Desde então, não voltou a trabalhar no futebol.

O caso

Cuca, ainda como jogador do Grêmio, participou de uma excursão com o time para a Europa em 1987. Na Suíça, ele e outros três jogadores, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, foram detidos sob a alegação de terem feito sexo sem consentimento com Sandra Pfäffli, que na época tinha 13 anos. Eles foram detidos, mas liberados um mês depois.

O Grêmio indicou um advogado para defender Cuca e outros dois envolvidos, mas este deixou a defesa dos atletas um ano antes do julgamento. Fernando Castoldi foi defendido por outro advogado.

Em 1989, dois anos depois do caso, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão e multa, mas não tiveram representação legal no julgamento, em um processo que contou com a instrução de um promotor de acusação. Fernando foi absolvido da acusação por ter sido considerado apenas cúmplice.

Após a saída do Corinthians, no ano passado, Cuca contratou uma advogada, que pediu a íntegra do processo para construir a defesa e solicitar a reabertura do caso, alegando que a falta de representação legal poderia inocentá-lo.

A solicitação foi acatada pelo Tribunal Regional do distrito de Berna-Mittelland no fim de novembro e o julgamento de 1989, anulado. A decisão beneficia apenas Cuca, e não os outros ex-jogadores do Grêmio envolvidos.

Anulado o processo e prescrito o caso, não poderá haver novo julgamento.

Fonte: CNN

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