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Defesa do consumidor detecta produtos químicos plásticos em alimentos

Associação disse que 84 dos 85 alimentos de supermercado e fast-food testados recentemente continham “plastificantes”. Foto: Reprodução

A Consumer Reports, uma associação de defesa do consumidor nos Estados Unidos, encontrou a presença “generalizada” de plásticos em diversos alimentos comercializados no país, incluindo em redes de fast-food como McDonald’s e Burger King. Vale ressaltar que não existem estudos feitos nas redes brasileiras.

Em um estudo divulgado nesta quinta-feira (4), a associação disse que 84 dos 85 alimentos de supermercado e fast-food testados recentemente continham “plastificantes” conhecidos como ftalatos, um produto químico usado para tornar o plástico mais durável. Em muitos alimentos, os níveis foram considerados elevados e, segundo a associação, os níveis não dependiam do tipo de embalagem ou tipo específico de alimento.

Por exemplo, níveis elevados de ftalatos foram encontrados em hambúrgueres, nuggets e batatas fritas – ou em suas embalagens – de grandes redes de fast-food como Wendy’s, Burger King e McDonald’s. No entanto, a associação afirmou que nenhum dos níveis de ftalato excedeu os limites estabelecidos pelas agências reguladoras dos EUA e da Europa.

A análise também afirmou que 79% das amostras de alimentos continham bisfenol A, o famoso BPA, produto químico derivado do plástico, e outros bisfenóis.

De acordo com a Consumer Reports, o problema é que existem muitas maneiras pelas quais esses produtos químicos entram no nosso organismo. Os primeiros esforços para limitar a exposição a eles concentraram-se nas embalagens, mas já se sabe que os ftalatos, por exemplo, também podem entrar no alimento durante o seu processamento, proveniente de tubos, correias transportadoras e luvas usadas nessa etapa de preparo. Eles podem até entrar diretamente na carne e nos produtos através de água e solo contaminados.

Riscos à saúde
Os ftalatos e bisfenois são produtos químicos derivados do plástico que podem afetar a saúde humana de diversas formas. Por exemplo, eles podem interferir na produção e regulação de hormônios como o estrogênio. Isso pode contribuir para um risco aumentado de vários problemas de saúde, como defeitos congênitos, câncer, diabetes, infertilidade, parto prematuro, problemas de desenvolvimento neurológico, obesidade e outras condições de saúde.

A questão é que esses problemas normalmente desenvolvem-se lentamente, ao longo de décadas.

“Ao contrário de um acidente de avião, onde todos morrem ao mesmo tempo, as pessoas que morrem por causa disso morrem ao longo de muitos anos.”, pontua o pediatra Philip Landrigan, diretor do Programa para a Saúde Pública Global e o Bem Comum do Boston College, em comunicado.

Outra preocupação é que esses produtos químicos não podem ser completamente evitados e seus efeitos nocivos podem ser cumulativos. Dessa forma, a exposição constante, mesmo a quantidades muito pequenas, pode aumentar os riscos para a saúde.

Além disso, embora o corpo humano seja muito bom a eliminar bisfenóis e ftalatos do nosso organismo, a exposição constante a eles significa que entram no nosso sangue e tecidos quase tão rapidamente quanto são eliminados.

Fonte: O Globo

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