O corpo de Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como “Quinho do Salgueiro”, começou a ser velado na quadra da escola de samba, na Tijuca, na Zona Norte do Rio pouco antes das 15h desta quinta-feira (4). O intérprete morreu na quarta-feira (3) aos 66 anos, de insuficiência respiratória.
O caixão do cantor estava coberto com as bandeiras do Salgueiro e da Liesa, a Liga das Escolas de Samba do Rio. Entre as coroas de flores que já estavam no local, uma foi mandada por Neguinho da Beija-Flor, outro dos grandes cantores do carnaval carioca.
“Ele foi um paizão na minha vida. Pagou meu colégio, alimentação, minhas vestes. Foi mais que um pai na minha vida. Foi o melhor amigo que eu tive na minha vida”, disse Wilkee Oliveira Marques, filho de Quinho, no velório.
“Ele me tinha como mãezona e eu chamava ele de meu filhão. A gente tinha uma amizade muito grande, toda vez que eu chegava aqui e ele me via, já me chamava ‘mãezona vem cá. Tira uma foto comigo’. E era assim que a gente vivia. Só Deus calou ele e é muito difícil agora não ter o Quinho no Salgueiro. Difícil porque ele é a voz do Salgueiro. Muitos anos e isso me faz ficar da maneira que eu estou, inconsolável. É uma perda irreparável, mas a gente tem que superar isso e aceitar. Infelizmente”, disse Ieda Maranhão, da velha guarda do Salgueiro.
A agremiação informou que cantores farão uma homenagem entoando sambas que ficaram marcados na voz de Quinho. Além de música, haverá dança. A cerimônia é conhecida popularmente como gurufim.
Na sexta (5), às 9h, haverá um outro velório na capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O sepultamento está marcado para as 13h.
Quinho foi uma das maiores vozes do carnaval do Rio de Janeiro e deu vida a grandes sambas-enredo do Salgueiro. Ele estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador.
Quinho estava afastado do carnaval. Desde 2022 ele lutava contra um câncer de próstata. Ainda assim, o nome dele foi lembrado durante o último desfile pelo carro de som, que foi batizado como “Quinho do Salgueiro”.
Nos carnavais cariocas, os gritos “arrepia, Salgueiro, pimba, pimba”, “ai, que lindo, que lindo” e “que bonitinho” se tornaram marcas características de Quinho.
Em 1993, Quinho comandou o coro de 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro, conhecido pelo verso “Explode coração, na maior felicidade”.
Fonte: G1