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Com bênção de Lula, Marta Suplicy volta ao PT nove anos depois para ser vice de Boulos em SP: ‘Sou petista raiz’

Marta será candidata à vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (PSOL). Foto: Reprodução

Marta Suplicy (PT) voltou ao Partido dos Trabalhadores nesta sexta-feira (2), quase nove anos após sua desfiliação da sigla. O retorno aconteceu com a bênção – e assinatura – do presidente Lula (PT) em um ato que reuniu diversos nomes da política brasileira, além de centenas de apoiadores que lotaram a Casa de Portugal, no Centro de São Paulo.

A refiliação ocorre porque Marta será candidata à vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (PSOL), que tentará em outubro deste ano vencer a disputa pela prefeitura da capital. O ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, Alexandre Padilha (PT), ministro das Relações Institucionais, também participaram do evento e assim como Marta, Boulos e Lula, todos usavam camisa branca.

Sob aplausos de apoiadores, a ex-prefeita discursou emocionada e disse que está voltando mais madura. “Essa noite eu só pensava nisso, que emoção seria essa volta. Voltar ao ninho, sentir que eu sou PT raiz, que nunca saiu de dentro de mim, me emociona muito”.

“Aqui eu estou de volta ao meu aconchego, a minha raiz. Nunca saiu de dentro de mim o PT. Eu vi o PT nascer, PT crescer nas ruas do país”, completou.

A ex-prefeita também disse que tem como desafio “fazer da capital um bastião de resistência democrática”.

O presidente Lula entregou para Marta a ficha de filiação do partido, que foi assinada durante o evento.

“Quando eu vi CEU que ela fez para as crianças mais pobres, eu falei ‘ela vai perder as eleições’. Não deu outra, perdeu as eleições, mesmo sendo a prefeita mais reconhecida aqui na cidade pelo trabalho prestado. Nunca na história de São Paulo – e falo isso na frente do Haddad, da Erundina – ninguém fez para o povo pobre de SP o que fez a Marta Suplicy na prefeitura”, afirmou Lula.

Boulos também discursou e deus boas-vindas para Marta.

“Marta, minha companheira, hoje a Gleisi te deu boas-vindas ao PT e eu quero te dar boas-vindas a chapa vitoriosa da cidade de São Paulo. Temos a consciência de uma missão em outubro desse ano, que é derrotar o bolsonarismo na maior cidade do país. E a Marta veio para construir essa frente”, afirmou Boulos.

Boulos criticou a CPI que foi protocolada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar as ações sociais do padre Júlio Lancelotti. Boulos também brincou sobre o encontro de Lula com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Lula e Tarcísio participaram de cerimônia em Santos (SP sobre a construção do túnel que liga a cidade ao Guarujá (SP). O projeto receberá recursos federais e estaduais. “Pelo que eu vi hoje lá em Santos, se bobear, o Lula traz até o Tarcísio para essa frente ampla”, disse Boulos.

O senador Eduardo Suplicy (PT), que chegou a se colocar como possibilidade de candidato a vice-prefeito, mudou de ideia e resolveu apoiar o nome da ex-mulher após uma conversa com Boulos: “O PT tem um histórico de prévias, e eu gostaria que elas acontecessem, mas aceitei que o partido pode ter Marta como candidata a vice. Meu compromisso é ajudar na vitória do Boulos”, afirmou.

Suplicy, inclusive, tocou suas famigeradas versões de “Blowing in the wind” e “Eu sei que vou te amar” na abertura do evento de filiação.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, iniciou os discursos dizendo que São Paulo precisa reencontrar sua versão progressista e chegou a dizer que “Marta saiu do PT, mas o PT nunca saiu de Marta”.

Retorno decidido pelo diretório
O Diretório Municipal do PT em São Paulo decidiu pelo retorno de Marta no início do ano com duas votações, uma para a filiação da ex-prefeita e outra para a suspensão de prévias no partido. O resultado de ambas foi o mesmo: 12 votos “sim”, 1 “não”, uma abstenção e duas ausências.

Ela se desfiliou do PT em 2015, no auge da Operação Lava Jato, afirmando que a sigla tinha protagonizado “um dos maiores escândalos de corrupção da nação brasileira”. Na época, Marta estava rompida com a então presidente Dilma Rousseff (PT) e votou a favor do impeachment dela no Senado, em 2016, mesmo tendo sido ministra da Cultura da gestão petista.

Até o dia 9 de janeiro, a petista era secretária das Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB), agora adversário político, já que o atual prefeito de São Paulo tentará a reeleição.

Fonte: G1

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