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Brasileira que deu à luz em Gaza recebe autorização para deixar território; bebê nasceu na noite de Natal

Uma brasileira que tentava deixar a Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas conseguiu autorização para deixar o território nesta quarta-feira (7) após dar à luz seu terceiro filho, segundo a Embaixada do Brasil na Palestina.

De acordo com a embaixada, ela deixará o território com o bebê, que nasceu na noite de Natal, e seus outros dois filhos, de 2 e de 4 anos. A mulher estava sozinha com as crianças porque seu marido, que vivia em Gaza, viajava a trabalho quando a guerra estourou e, desde então, não conseguiu retornar, segundo disse ao g1 o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.

A família, que tem dupla nacionalidade brasileira e palestina, residia no território quando a guerra começou.

A brasileira, ainda segundo Candeas, não conseguiu viajar com o terceiro e último grupo de brasileiros que a embaixada havia conseguido retirar de Gaza por conta do estágio avançado da gravidez.

Ela deu à luz apenas um dia depois de o grupo chegar ao Brasil, na noite de Natal e em um dos poucos hospitais que ainda funcionam em Gaza, sob risco de bombardeios.

A brasileira deixará Gaza na quinta-feira (8) junto de um grupo de estrangeiros que também receberam autorização – as listas de estrangeiros são enviadas pelas embaixadas aos governos de Israel e do Egito, que analisam e autorizam os nomes.

A mulher e seus três filhos têm dupla nacionalidade, palestina e brasileira, ainda de acordo com o embaixador.

Desde o início da guerra, o Itamaraty vem tentando retirar brasileiros que ficaram retidos na Faixa de Gaza – o território só tem saídas para Israel, que foram fechadas, e para o Egito, pelo sul.

A fronteira com o Egito, na cidade fronteiriça de Rafah, também foi fechada após o início da guerra. No entanto, governos de vários países começaram a pressionar autoridades locais para reabrir a passagem e permitir, assim, a retirada de cidadãos estrangeiros.

Israel temia que a abertura dessa fronteira se tornasse uma via de fuga para terroristas do Hamas. Já o governo egípcio queria evitar que o conflito migrasse para seu país.

Após negociações, Egito e Israel decidiram reabrir parcialmente a passagem de Rafah, em poucas horas do dia e apenas para a saída de estrangeiros ou de ambulâncias com casos médicos emergenciais.

O primeiro grupo de brasileiros só recebeu autorização para sair de Gaza em novembro, mais de um mês após o início da guerra.

Fonte: g1

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