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Secretário americano discute Gaza com Lula e se opõe a fala sobre Holocausto

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversaram sobre iniciativas para a paz na Faixa de Gaza e as eleições na Venezuela nesta quarta-feira (21). A informação é da embaixada norte-americana.

Lula e Blinken se reuniram por cerca de 2 horas no Palácio do Planalto. Representantes dos dois governos também estiveram presentes. De acordo com apuração da GloboNews, ambos discordaram sobre a fala de Lula apontando genocídio na Faixa de Gaza.

Após o encontro, a embaixada dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre os principais pontos da conversa.

“O secretário discutiu o empenho dos EUA em relação ao conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos”, afirmou o informativo da embaixada.

Essa foi a única menção, segundo o governo norte-americano, sobre o conflito em Gaza. O encontro de Blinken e Lula ocorreu em meio à polêmica causada por uma fala do presidente no fim de semana. Em viagem oficial à Etiópia, Lula criticou a ação militar de Israel na região. Lula comparou os ataques israelenses ao Holocausto perpetrado pelo regime nazista contra os judeus. A fala de Lula gerou indignação do governo de Israel, que exigiu desculpas do presidente.

A nota da embaixada norte-americana não fala se Blinken e Lula discutiram o discurso do presidente.

Discordância sobre genocídio em Gaza

A repórter Raquel Krahenbuhl, da GloboNews, conversou com fonte do Palácio do Planalto que disse que o tema do holocausto e da declaração de Lula foram, sim, abordados.

Segundo essa fonte, Blinken começou o assunto lembrando que o padastro dele foi sobrevivente do holocausto. Lula ouviu os pontos do secretário de Estado. Blinken discordou da visão de Lula de que Israel comete genocídio em Gaza.

À repórter, uma alta autoridade do departamento de Estado norte-americano ressaltou que Blinken deixou claro que não concorda com esses comentários de Lula.

Blinken ainda detalhou os esforços que os EUA estão tomando pra estender uma pausa humanitária em Gaza, para libertar reféns e aumentar a ajuda aos civis.

Venezuela

Segundo os Estados Unidos, Blinken elogiou Lula pela postura do Brasil na crise entre Venezuela e Guiana.

No fim do ano passado, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, realizou um plebiscito para ouvir a população sobre anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. A área é rica em recursos minerais. A ação da Venezuela gerou tensão entre os dois países, que ficam na fronteira norte do Brasil.

O governo Lula buscou mediar o conflito e evitar uma escalada nas animosidades. Apesar de o plebiscito ter concordado a inclusão de Essequibo como território venezuelano, a região continua pertencendo à Guiana.

“O secretário Blinken elogiou o presidente Lula pelo papel do Brasil na desescalada das tensões entre a Guiana e a Venezuela sobre a região de Essequibo”, afirmou a embaixada.

A nota cita também as eleições na Venezuela, marcadas para este ano, e lembra que o regime de Maduro se comprometeu com um um pleito democrático e transparente, o que não aconteceu nas últimas disputas eleitorias na Venezuela, segundo órgãos internacionais.

“O secretário reforçou a nossa posição de que Nicolas Maduro deve retornar à implementação do acordo do roteiro eleitoral de Barbados para garantir eleições presidenciais competitivas em 2024.”

Depois de Brasília, Blinken foi para o Rio de Janeiro, onde chanceleres dos países do G20 se encontram nesta semana. O Brasil vai sediar encontro de cúpula do G20 em novembro. Neste giro pela América do Sul, Blinken também terá reunião com o presidente Javier Milei, na Argentina.

Fonte: g1

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