O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirma a interlocutores, nos bastidores, que cabe ao presidente Lula (PT) arbitrar o tiroteio em torno de sua vaga dentro da estatal.
As pressões contra Prates vêm do Centrão – que busca colocar alguém mais alinhado ao grupo no cargo – e de uma ala do governo, que defende o nome de Aloizio Mercadante, hoje presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Segundo o portal G1, Prates repete a aliados que não consegue parar sua agenda — extensa, de compromissos envolvendo a estatal — para responder a Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, toda vez que o ministro insiste em atacá-lo publicamente — o que tem se intensificado.
De acordo com a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ex-senador está inconformado e pretende dar um basta na situação. A saída da estatal está entre as possibilidades consideradas por ele, embora seu desejo maior seja o de que o presidente da República manifeste forte apoio por sua permanência — o que não vem acontecendo.
Para Prates, a guerra e “invenção de crises” tem um único objetivo: derrubá-lo do comando da estatal.
Prates repete que sua missão é blindar a estatal de interesses políticos. Sua expectativa, segundo interlocutores, é de que o presidente decida o que fazer sobre a cobiça em torno de sua vaga.
Nos bastidores, o presidente da estatal tem reiterado que não há trégua em torno da disputa da vaga, mas entende que caberá ao governo a decisão final, por isso não debaterá outras críticas na mídia.
Prates combinou no fim do ano passado conversas esporádicas com o presidente Lula. Na mais recente, o tema acabou sendo dominado pela crise dos dividendos da Petrobras.
Prates ganhou uma sobrevida — apoiado por Fernando Haddad. Já o ministro Alexandre Silveira conta com apoio de Rui Costa.
Uma nova conversa entre Lula e Prates pode ocorrer nos próximos dias.