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Guerra entre Israel e Hamas completa 6 meses neste domingo (7)

Imagem aérea mostra destruição em Gaza por causa de bombardeios de Israel - Foto: Reprodução
Imagem aérea mostra destruição em Gaza por causa de bombardeios de Israel - Foto: Reprodução

A guerra entre Israel e o Hamas completa seis meses neste domingo (7/4). Embora o conflito se desenrole há décadas, houve uma escalada histórica nas tensões que atingem o Oriente Médio desde uma invasão do Hamas a áreas israelenses próximas à Faixa de Gaza. A guerra já soma milhares de mortos e feridos, entre palestinos e israelenses, e segue sem prazo para chegar ao fim.

Há exatos seis meses, em 7 de outubro de 2023, Israel declarou guerra contra o Hamas após uma ação surpresa. Na ocasião, membros do grupo extremista invadiram o território israelense em uma ação que resultou em 1,2 mil mortes — entre as vítimas, três brasileiros — e mais de 200 foram levados reféns.

Em resposta, Israel passou a bombardear a Faixa de Gaza. A Organização das Nações Unidas (ONU), com base em informações do Ministério da Saúde local, que é dominado pelo Hamas, divulgou que mais de 33 mil palestinos morreram, sendo que pouco mais de um terço do montante seria formado por crianças.

Além dos bombardeios, as Forças de Defesa de Israel passaram a realizar incursões terrestres na região, começando pelo norte da Faiza de Gaza. De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, cerca de 1,7 milhão de pessoas se deslocaram internamente.

A ação foi aliada a um cerco à região, o que expôs os mais de 2 milhões de habitantes do enclave palestino à escassez de recursos básicos, como água, alimentos e remédios. Foi com a pressão internacional que Israel liberou a entrada dos primeiros caminhões com ajuda humanitária, após mais de duas semanas de guerra.

No fim do mês de novembro de 2023, ambos os lados da guerra firmaram um acordo. Por sete dias de trégua, tanto Israel quanto o Hamas interromperam as ofensivas, de forma a permitir a libertação de reféns, pelo lado dos extremistas, em troca da libertação de prisioneiros palestinos, do lado de Israel.

Durante a vigência do acordo, o Hamas libertou 105 reféns que haviam sido capturados no ataque de 7 de outubro a Israel. Desse grupo, 81 são israelenses, e 24, estrangeiros, sendo estes negociados fora do acordo.

A guerra, porém, foi retomada e segue sem interrupção, apesar das pressões internacionais. O Conselho de Segurança da ONU aprovou, no fim de março, uma resolução que pedia um cessar-fogo, mas o texto não foi acatado por Israel.

Sem horizonte de paz

O analista internacional e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) William Gonçalves afirma que o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem reiterado que não respeitará as demandas da ONU. O descumprimento, segundo o docente, começaria no momento em que não é respeitada a existência de um Estado palestino.

“Após seis meses de guerra, não pode haver mais dúvidas quanto aos reais objetivos de Israel, de levar a sua ação militar até o limite. E que limite é esse? Inviabilizar completamente a criação de um Estado palestino”, avalia.

Israel, vale lembrar, tem reiterado o compromisso em três objetivos: libertar os reféns, destruir o Hamas e garantir que a Faixa de Gaza não represente mais uma ameaça à existência do Estado de Israel. O professor da Uerj destaca que Israel tem capacidade para alcançar tais metas, já que se trata de uma guerra marcada pela “despropoção de forças”.

Evandro Soares, que é professor da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, sublinha que enquanto os Estados Unidos forem “o fiel garantidor de Israel”, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU terão pouco efeito na região.

O docente considera que, unicamente sob a ótica militar, o objetivo de destruir o Hamas não será alcançado, mas haverá uma redução na capacidade militar do grupo, sem conseguir aniquiná-lo.

“Nesse sentido, a forma e principalmente a duração do conflito estão infligindo severas restrições a população civil da Faixa de Gaza, que alimentados, também, pelo histórico da diáspora regional dos palestinos, contribuirão para a existência do Hamas que no momento oportuno surgirá novamente das cinzas”, detalha.

Fonte: Metrópoles

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