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Em post com foto de Oruam, Cabo Daciolo pede ‘liberdade para Marcinho VP’

Cabo Daciolo (PDT-RJ). Foto: Câmara dos Deputados

O ex-candidato à Presidência da República e ex-candidato a senador Cabo Daciolo (PDT-RJ) fez uma publicação nas redes sociais pedindo “liberdade para Marcinho VP”, chefe do tráfico preso há quase 30 anos, nesta quinta-feira. No post, Daciolo usou uma foto do rapper Oruam, filho de Marcinho, que se apresentou no festival Lollapalooza vestindo uma camiseta com a foto do pai.

“Apenas um grito de um filho com saudades do pai”, escreveu Daciolo, parafraseando uma publicação do próprio Oruam. O ex-candidato ainda usou uma passagem bíblica, do Evangelho segundo Lucas. “O Espírito do Criador está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos”, publicou Daciolo.

O rapper já havia usado uma camiseta semelhante durante a polêmica comemoração do seu aniversário, em março, quando convocou um “rolêzinho” com dezenas de motociclistas e queimas de fogos, e que passou por várias regiões da cidade durante a noite do dia 1º daquele mês.

Oruam tem 23 anos. Portanto, desde que nasceu, nunca teve convívio com o pai fora dos portões das penitenciárias. Marcinho VP está preso desde 1996, quando tinha apenas 26 anos de idade. Apesar de ter passado mais tempo de vida do lado de dentro das grades do que fora delas, isso não impediu que, mesmo encarcerado, ele virasse ao lado de Fernandinho Beira-Mar um dos principais chefes da maior facção do estado, o Comando Vermelho.

Quem é Marcinho VP, pai de Oruam?

Nascido em Vigário Geral, Marcinho VP mudou-se ainda bebê para São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O pai foi assassinado pouco depois, e a mãe foi presa quatro vezes, fazendo com que ele e três irmãos acabassem sendo criados por uma tia.

Em um livro de memórias escrito na cadeia , o criminoso conta que começou a roubar aos 13 anos, “para comprar roupas de marca”. A ascensão veio rápido, e ele logo transformou-se no “dono” do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na Zona Norte da capital e um dos interpostos de droga mais importantes do Rio.

As condenações de Márcio, por tráfico de drogas e por homicídios, somam 44 anos de prisão. Um dos crimes creditados a ele é a morte do comparsa Márcio Amaro de Oliveira, curiosamente também conhecido como Marcinho VP. Amaro foi encontrado estrangulado em uma lata de lixo no presídio de Bangu 3. A execução teria sido motivada por entrevistas dadas pelo bandido revelando detalhes do funcionamento do tráfico no Rio.

Cabo Daciolo

Ex-deputado, Daciolo foi lançado à política após cumprir papel de liderança na greve dos bombeiros durante o governo de Sérgio Cabral e foi eleito pelo PSOL em 2014. Em 2015, seu primeiro ano de mandato, foi expulso da sigla após propor uma emenda à constituição que visava alterar o primeiro parágrafo do documento de “todo o poder emana do povo” para “todo o poder emana de Deus”. Após a expulsão do PSOL, Cabo Daciolo transitou entre diferentes siglas mais ligadas à direita, e foi candidato à Presidência pelo Patriota em 2018.

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