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Ausência de Neymar, safra de jogadores abaixo e uma seleção empobrecida

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Por Hugo Fernandes

Na noite da última terça-feira, o Brasil perdeu para o Paraguai por 1 a 0, e mais uma vez praticou um futebol muito distante do desempenho que o levou a ser o maior campeão de copas do mundo da história. A essa altura, a seleção ocupa apenas a quinta colocação da eliminatória sul-americana, empatada com a modesta Venezuela, com 10 pontos somados. Em 8 jogos, foram 3 vitórias, 1 empate e 4 derrotas.

Quem acompanha os jogos do Brasil, se depara com problemas não notados em anos anteriores. Nas laterais, costumávamos ter jogadores que apoiavam e funcionavam quase como atacantes. Tivemos Roberto Carlos, Cafu, Jorginho, Branco, Marcelo, entre outros. Hoje, temos Danilo, um lateral que não sobe e, que de quebra, ainda recebe a faixa de capitão. Na esquerda, Arana e Wendell até aparecem, mas tecnicamente estão distantes dos nomes que tínhamos.

A safra de jogadores abaixo, é algo apontado como um dos principais fatores para a queda de rendimento. Os volantes e meias também não transmitem confiança. Tanto Bruno Guimarães, quanto Paquetá, demonstram pouca personalidade e capacidade técnica para marcar e armar o time. André, que vem se salvando, no limite, também ainda não convenceu como titular absoluto.

Após o novo fracasso em Copa do Mundo, em 2022, muitos brasileiros quiseram a chegada de um treinador estrangeiro. Com a negativa do italiano Ancelotti, apareceu Diniz e agora temos Dorival no comando. O ex-São Paulo também tem sua parcela de culpa nos vexames, já que insiste em montar a equipe com 3 volantes e sem lateral direito, comprometendo a fluidez do nosso sistema ofensivo. Para a individualidade sobressair, é necessário que o coletivo funcione. Mas, infelizmente, Dorival parece ser mais um treinador brasileiro com ideias ultrapassadas, diante do nível de jogo exigido entre seleções de alto rendimento.

As sucessivas derrotas da amarelinha revelam a importância que Neymar ainda possui na equipe. A dependência é outro fator que preocupa, pois o “Menino Ney” segue lesionado e parece não levar a carreira com a seriedade devida. Mesmo assim, fica nítido que, em forma, ainda é o nosso maior diferencial. Aquele jogador que bota a bola debaixo do braço e decide.

Vinicius Junior, pelo que faz no Real Madrid, é candidato a melhor do mundo. Já na seleção, parece outro jogador, chegando até a tropeçar na bola. Rodrigo, apesar de ter menor mídia, se destaca mais. Porém, ainda não assumiu o protagonismo do nosso ataque. Estevão e Endrick, podem deslanchar, mas hoje são apenas promessas.

Na função de 9, percebemos claramente o quanto o buraco está mais embaixo. Se em outras épocas, tivemos Ronaldo, Romário, Adriano e Careca, hoje temos incógnitas. Ou alguém acredita que João Pedro, Pombo, Gabriel Jesus e Pedro vão arrebentar numa Copa do Mundo? É, amigos, a situação é desesperadora. Esperamos uma luz no fim do túnel, para trazermos o tão sonhado hexa e voltarmos a ser respeitados.

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